Quinta-feira, 28 Setembro, 2023

7 aldeias quase secretas para visitar no Gerês

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O Parque Nacional da Peneda Gerês, apesar de cada vez mais visitado, continua a ter locais que são ainda quase secretos e desconhecidos pela grande maioria dos turistas. Algumas destas aldeias são pouco conhecidas porque estão em locais mais isolados e outras porque, simplesmente, não aparecem nos roteiros turísticos mais comerciais.

E no fundo… quem disse que isso era uma desvantagem? É que, tratando-se do mais importante santuário natural em Portugal, é compreensível que se tenha que manter alguns locais fora dos radares turísticos. No entanto, existem aldeias que, sendo típicas e tradicionais e estando localizadas em sítios acessíveis, merecem uma visita.

É o caso das aldeias que lhe trazemos hoje nesta lista. São pequenos locais, rústicos, típicos e tradicionais que fugiram ao turismo massificado que nos últimos anos tem assolado algumas áreas do parque. Descubra 7 aldeias quase secretas para descobrir no Parque Nacional da Peneda Gerês.

1. Travassos do Rio

Travassos do Rio (Fernando Ribeiro)
Travassos do Rio (Fernando Ribeiro)

Existem 2 aldeias com o nome Travassos em Montalegre. A esta é acrescentado “do Rio” por se localizar ao longo do vale do rio Cávado. É uma típica aldeia transmontana que fica já dentro do Parque Nacional da Peneda Gerês. As suas ruas e as suas casas são em pedra e o aspeto rústico está presente em todo o lado.

Travassos do Rio é famosa graças a um dos mais curiosos monumentos de Trás-os-Montes: a Torre do Boi. Esta enorme construção foi erigida em honra a um lendário boi da aldeia, animal muito importante nesta região, tanto pela carne como pelas famosas “chegas de bois”. Ao que parece, o lendário boi foi um campeão imbatível destas lutas.

Longe de tudo e de todos, Travassos do Rio conseguiu manter-se como uma aldeia típica e pouco afetada pelas construções modernas que tanto descaracterizaram outras aldeias. Um passeio pelas suas ruas permite descobrir fontes de água, fornos, casebres para animais e, claro, a famosa Torre do Boi.

2. Gavieira

Gavieira
Gavieira

Nunca ouviu falar na Gavieira, certo? Talvez esse seja o principal motivo para uma visita… Afinal de contas, não é todos os dias que se pode desfrutar de uma aldeia típica do Gerês sem o turismo de massas por todo o lado. Mesmo ao lado da aldeia fica o Santuário da Nossa Senhora da Peneda (este já mais conhecido pela maioria das pessoas) e a sua fantástica cascata (a Cascata da Peneda que cai de uma altura de 30 metros).

Se visitar Gavieira, procure também conhecer as outras aldeias da freguesia: Rouças e Tibo. A partir de Tibo pode chegar até à Lagoa dos Druidas (o verdadeiro nome é Lagoa dos Antigos). É uma das mais belas e secretas do Gerês. Pode ainda subir os socalcos em direção às brandas e apreciar as serras das redondezas: Peneda, Soajo e Laboreiro.

3. Branda da Aveleira

Branda da Aveleira
Branda da Aveleira

A Branda da Aveleira, localizada às portas do Parque Nacional da Peneda Gerês, é um daqueles casos que mostra que a resiliência das pessoas não tem limites. Utilizada durante séculos como residência temporária, este pequeno aglomerado de casas esteve quase a desaparecer no século passado. Mas renasceu das cinzas e agora espera pela sua visita.

Hoje, a Branda da Aveleira possui um conjunto de casas destinadas ao turismo rural. Foram cuidadosamente recuperadas, mantendo a traça original. Tudo foi reconstruído de modo a manter viva a essência da aldeia e proporcionando o conforto que se exige nos dias de hoje.

4. Padrão

Padrão
Padrão

Não, não é a aldeia de Sistelo, embora esta fotografia apareça em muitos guias como sendo aquela que é uma das mais famosas aldeias do Gerês. Trata-se da pequena localidade de Padrão, que faz parte da freguesia de Sistelo. A maior parte dos turistas, quando visita esta região, fica por Sistelo e não segue em frente. Se seguir, encontra a belíssima aldeia de Padrão e os seus socalcos, tão ou mais deslumbrantes que os socalcos do Sistelo.

5. Vale de Poldros

Vale de Poldros
Vale de Poldros

Trata-se de uma aldeia peculiar: é utilizada apenas durante o Verão (daí o nome “brandas”) pelos pastores em busca de bons pastos para o seu gado. Nos restantes meses do ano, os pastores descem até às inverneiras, locais mais abrigados do mau tempo.

A aldeia possui várias casas rudimentares de granito, chamadas cardenhas, onde eram guardadas as alfaias agrícolas e, muitas vezes, serviam também de abrigo para eles próprios e para o seu gado. Vale de Poldros ganhou visibilidade nos últimos anos e possui hoje algum dinamismo, apesar de ter apenas um habitante permanente.

6. Pontes

Aldeia de Pontes
Aldeia de Pontes

Desabitada há mais de 15 anos mas nunca esquecida… A Aldeia de Pontes é uma aldeia Inverneira de Castro Laboreiro. Significa isto que alguns dos moradores passavam aqui o Inverno porque esta aldeia teria melhores condições para alimentar o gado durante esta época.

Pontes está agora a ser totalmente recuperada para turismo rural. O projeto é recente mas já começa a atrair cada vez mais turistas que procuram paz, sossego e comunhão com a natureza envolvente.

A partir da Aldeia de Pontes saem 7 trilhos pedestres que pode utilizar para explorar a região. A grande maioria destes percursos pedestres são pequenos e de dificuldade fácil. Permitem descobrir uma região repleta de rios de água límpida, pontes medievais, pequenas cascatas e lagoas quase secretas. A não perder!

7. Germil

Germil
Germil

Em plena Serra Amarela, a pequena e singela aldeia de Germil é uma das mais rústicas e secretas aldeias do Parque Nacional da Peneda Gerês. Vale a pena caminhar pelas suas ruas calcetadas de granito e apreciar as suas casas típicas, humildes mas bem estimadas. Existem flores por todos os lados e os moradores estão sempre prontos para uma conversa.

Tal como outras aldeias da região, possui um conjunto de espigueiros, estruturas seculares para abrigar o milho dos roedores, mas não tão imponentes como os do Soajo ou de Lindoso, por exemplo. Existe ainda um Fojo do Lobo, destinado a caçar este animal e as antigas silhas dos ursos, vestígios da presença destes últimos no Parque Nacional da Peneda Gerês.

Diana Santos
Diana Santos
Nascida e criada em Barcelos, foi no Porto que estudou jornalismo mas chama casa à cidade de Guimarães. Alia o gosto pela escrita à sua paixão por viagens.

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