A belíssima e pitoresca Evoramonte (ou Évora Monte) é um daqueles pequenos segredos do Alentejo que não aparece nos guias turísticos. E se calhar… ainda bem que não aparece. À semelhança de outras vilas e aldeias medievais do Alentejo, localiza-se no topo de um monte e está rodeada por muralhas.
Apesar do estatuto de vila, Evoramonte tem menos de 700 habitantes e o dia-a-dia próprio de uma pequena aldeia alentejana. A sua população reparte-se por 2 áreas distintas: a zona mais baixa é mais moderna enquanto que no topo da vila se localizam as suas antigas casas e ruas medievais e o seu imponente castelo.
É no alto da povoação que reside o verdadeiro encanto de Evoramonte: uma sucessão de becos e ruelas, casas caiadas de branco, portas coloridas e flores às janelas, sinais tão típicos do Alentejo. E claro… o seu castelo, sentinela da planície e local crucial em muitos episódios da história de Portugal.
Tal como outras localidades desta região, Evoramonte foi conquistada aos Mouros pelo mítico Geraldo Sem Pavor no século XII. Tratando-se de um local estratégico para a defesa no território naquela época, rapidamente foi ordenado que se construíssem muralhas à volta das casas.
O castelo original foi quase totalmente destruído por um terremoto ocorrido em 1531. Trata-se de um castelo invulgar e muito diferente dos restantes castelos portugueses: a sua reconstrução foi baseada em técnicas de defesa e arquitetura italianas. Acabou por se criar um paço fortificado, que servia simultaneamente como residência e como defesa.
Hoje, este estranho e invulgar castelo, é o ponto central de Evoramonte e o principal motivo de interesse da vila. Mas há mais património para visitar: destacam-se as suas igrejas e capelas, mas também as suas muralhas. As muralhas possuem 4 portas de entrada na área medieval da vila (2 principais e 2 secundárias que dão acesso a ermidas nos arredores).
E uma das melhores alturas para visitar Evoramonte é ao final da tarde, bem perto da hora em que o sol se põe. A partir das suas muralhas, a visão do sol a descer pela planície alentejana é sublime e propícia a momentos de contemplação. É também a altura ideal para tirar umas fotos para as redes sociais.
A melhor forma de explorar Evoramonte é caminhando pelos seus becos e ruelas, com calma e atenção a cada pormenor. São muitos os pequenos detalhes que irá encontrar: uma porta colorida, uma janela com flores, uma casa caiada de branco. É a beleza da simplicidade do Alentejo em todo o seu esplendor.
E enquanto passeia pelas suas ruas, pode imaginar como seria a vida nesta pequena vila ainda antes da chegada dos romanos: é que, segundo alguns estudos arqueológicos, seria em Evoramonte que se localizava a antiga cidade de Dipo, a capital dos Sefes. Este povo habitou o Alentejo ainda antes dos lusitanos terem chegado à península ibérica.
Pela sua localização central em relação a outras povoações do Alentejo, Evoramonte pode muito bem ser uma excelente opção para servir de centro enquanto explora cidades como Évora, Estremoz e Vila Viçosa. Todas elas se situam a uma curta distância da vila. E conduzindo mais um pouco, chega-se até Elvas ou Monsaraz, por exemplo.
Em qualquer um destes locais irá também encontrar uma gastronomia de excelência. A culinária do Alentejo é famosa pelos seus enchidos, pelo porco preto, pelas migas, pelas açordas… Os alentejanos souberam criar pratos típicos repletos de sabor feitos com ingredientes simples e baratos e com todo o sabor mediterrânico.
E se vai comer, não se esqueça também de beber. Os vinhos desta região, especialmente os tintos, são muito famosos em todo o país e, nos últimos anos, começaram a ganhar destaque além fronteiras. Bem perto de Evoramonte existem vários vinhedos que pode visitar e quintas onde pode fazer provas de vinho.
No fim da sua visita a Evoramonte, não vá embora sem antes comprar uma pequena lembrança ou um produto regional. Além de ajudar o comércio local, irá também contribuir para que os seus habitantes possam continuar a viver aqui e a recebê-lo sempre de braços abertos.