O nosso país é rico em história e maravilhas arquitetónicas, sendo rico em castelos, alguns mais conhecidos que outros. Em Portugal (incluindo ilhas) existem quase 250 castelos, pelo que não é de admirar que algumas destas fortificações não estejam tão presentes no nosso imaginário, ao contrário de outros castelos mais falados e visitados. Se se quer surpreender com alguns dos nossos edifícios mais maravilhosos, deixamos-lhe 12 castelos que são menos conhecidos.
1. Castelo de Alcanede
Encontra-se entre Santarém e Porto de Mós e foi fulcral na defesa do nosso país, acreditando-se que foi tomado pelo Conde D. Henrique. O edifício ficou bastante danificado com o terramoto de 1531, mantendo-se degradado até ao século XX, altura em que foi restaurado.
Este é um edifício simples e com caraterísticas do período medieval, como as duas torres de vigia e a muralha ovalada. O local encontra-se ligado a uma lenda, a Lenda do Pote de Ouro e do Pote da Peste.
2. Castelo de Alvito
Este castelo foi mandado construir pelo Barão do Alvito em finais do século XV, reunindo influências góticas, mouriscas e manuelinas. Uma vez que combina a sua função militar com a de residência apalaçada, conta com uma planta retangular, com quatro torreões cilíndricos orientados segundo os pontos cardeais.
O castelo passou para mãos do Estado Português em 1917, e desde 1993 que é uma pousada histórica, inserida na rede de Pousadas de Portugal.
3. Castelo de Ansiães
Encontra-se no cimo de um monte, perto de Carrazeda, e está já em ruínas, embora tenha ainda muito património a visitar. A fortificação, cuja construção remonta ao século III a.C., estende-se ao longo de quase 9500 hectares, contando com o castelo, ruínas e habitações.
A sua muralha é oval e tem cinco torreões e três portas assinaladas. Outro ponto de relevo é a Igreja de S. Salvador, anexa à Capela de Santa Maria.
4. Castelo de Marialva
Este castelo data originalmente da época da fundação do nosso país, e manteve-se em condições até meados do século XVIII, graças aos diversos trabalhos de restauro.
O castelo caiu ao abandono a partir de 1758, com a suposta ligação do Marquês de Távora à tentativa de regicídio de D. José, até porque a propriedade era da família Távora. Hoje, ainda se podem as ruínas das habitações, para além do castelo em si, e uma igreja.
5. Castelo de Mértola
Por Mértola passaram romanos e mouros, sendo na época destes últimos que este castelo se ergueu. Mais tarde, em finais do século XIII, ergueu-se a sua Torre de Menagem. Portanto, não é de admirar que este edifício exiba diversas influências.
À entrada, podemos ver uma estátua de Ibn Qasi, figura muito ligada a esta vila, que era visto como um chefe espiritual e protetor, assim como um homem justo e milagroso.
6. Castelo de Montemor-o-Novo
Originalmente, o castelo tinha 2 km, o que fazia dele um dos maiores do nosso país. O local contava com quatro torres, dezanove torreões e quatro portas.
O seu aspeto atual encontra-se modificado, já que muitas das suas pedras foram usadas em reconstruções após o terramoto de 1755, contando atualmente com três torres, três portas e algumas partes da muralha. No interior, pode ver a Igreja de S. Tiago, as ruínas do Paço Real, a Igreja de S. João Batista e a Igreja de Santa Maria do Bispo.
7. Castelo de Montemor-o-Velho
Este castelo é anterior a fundação do nosso país, tendo sido conquistado em 848 por Ramiro I das Astúrias, que o deixou ao seu tio, o Abade João do Mosteiro de Lorvão, que, para o defender, deu origem à macabra Lenda do Abade João.
Este foi também o local onde D. Afonso IV e os seus conselheiros se reuniram para decidir o destino de D. Inês de Castro. Este é ainda hoje um dos maiores castelos do país, encontrando-se num bom estado de conservação.
8. Castelo de Mourão
Encontra-se junto ao Alqueva, pelo que tem vistas magníficas sobre este lago. A sua data de construção ronda os séculos XIII e XIV, sendo que, atualmente, apenas sobrevive a sua muralha, que liga seis torres quadradas.
Como curiosidade, a vila foi doada por D, Dinis a D. Raimundo de Cardona, para que ele protegesse a fronteira. Só que ele quis levar a vila a leilão para ganhar dinheiro, sendo necessária a intervenção do Rei, para que Mourão voltasse à Coroa.
9. Castelo de Penedono
Este original castelo conta com uma planta hexagonal irregular e tem ameias piramidais, o que lhe dá um aspeto incomum. Datado do século X, o local terá pertencido a D. Châmoa Rodrigues, sobrinha da fundadora do Castelo de Guimarães, Mumadona Dias.
Tal como muitos outros castelos do nosso país, este local encontra-se associado a uma lenda, a Lenda das Duas Pedras, que fala de uma moura bela e rica.
10. Castelo de Penha Garcia
Estima-se que este castelo foi construído no reinado de D. Sancho I, sendo mais tarde doado aos Templários. Este edifício encontra-se na fronteira, com a sua localização a ajudar na proteção do nosso território contra diversos exércitos inimigos.
Associada ao edifício, existe ainda a Lenda do Penhor da Justiça, que nos diz que o fantasma decepado do alcaide D. Garcia ainda continua a vaguear pelo local.
11. Castelo do rei Wamba
Também conhecido como Castelo de Ródão, foi aqui que, no século VII, viveu o rei Wamba, conhecido como o último grande rei dos Visigodos.
O local é muito conhecido pela lenda acerca do suposto triângulo amoroso entre Wamba, a sua esposa e um rei muçulmano. Deste complexo, atualmente apenas existe uma torre, que nos dá uma vista única e incrível sobre o rio Tejo e as Portas de Ródão.
12. Castelo de Trancoso
Propriedade de D. Châmoa Rodrigues, este edifício foi construído por volta do século X, tendo como missão proteger o nosso território dos ataques de mouros e outros invasores.
O local mantém algumas caraterísticas do século X, como é o caso da porta de entrada da atual torre de menagem, que tem um arco de ferradura moçárabe. O castelo tem também uma forma e técnica de construção distinta dos castelos românicos.