Poucas regiões em Portugal se podem orgulhar de ainda conseguirem manter vivas as suas tradições de uma forma tão genuína e intensa como Trás-os-Montes. Nas pequenas aldeias típicas desta região, os seus habitantes mais velhos (alguns mais novos) teimam em não esquecer a cultura e os hábitos dos seus antepassados.
Os caretos de Podence ou de Varge são apenas alguns dos exemplos. Mas existe mais, muito mais! A língua mirandesa vai resistindo ao passar do tempo, a música de raízes celtas ganha cada vez mais adeptos e os pauliteiros de Miranda deslumbram todos aqueles que os contemplam.
O que se gerou a partir do isolamento, hoje é motivo de orgulho. E nas aldeias mais pitorescas de Trás-os-Montes continua-se, com persistência e alguma teimosia, a não deixar cair no esquecimento aquilo que os define enquanto povo e que faz deles uma comunidade.
1. Podence
Esta é, sem dúvida, uma das aldeias mais especiais de Trás-os-Montes e, arriscamos mesmo a dizer, de todo Portugal. Podence representa na perfeição o espírito indomável transmontano que, resistindo à evolução dos tempos modernos, teima em manter vivas as suas tradições e aquilo que tem de mais de genuíno.
No local onde a Terra Fria e a Terra Quente se encontram e com a albufeira do Azibo no horizonte, foram os caretos de Podence, uma aldeia transmontana de Macedo de Cavaleiros, que catapultaram a povoação para a ribalta. São também eles, entre outras coisas, que começaram a atrair milhares de turistas para a aldeia.
2. Rio de Onor
A mítica aldeia de Rio de Onor é metade portuguesa, metade espanhola, e é também uma das poucas aldeias nacionais onde ainda se praticam hábitos comunitários, antigamente tão comuns.
Situa-se em pleno Parque Natural de Montesinho, e aqui a população explora as terras em conjunto, os rebanhos são cuidados por todos e as decisões que afetam a comunidade são tomadas com o acordo de todos os habitantes. Até existe aqui um dialeto próprio, o rionorês, fruto do seu isolamento e do contato próximo com os vizinhos espanhóis.
3. Lamas de Olo
Situada a mil metros de altitude, no concelho de Vila Real, a aldeia de Lamas de Olo é um tesouro escondido em Trás-os-Montes. A quem a visita, esta aldeia deixa a sensação de ter viajado no tempo e certamente vontade de regressar. Aqui ainda é possível encontrar algumas das mais genuínas tradições e paisagens transmontanas.
Esta pequena aldeia conta com menos de 200 habitantes e preserva o mesmo aspeto simples e tradicional da sua origem. As típicas casas de granito e telhados de colmo, a tranquilidade da Natureza em redor e a presença ainda marcada da agricultura e pecuária tornam Lamas de Olo uma verdadeira relíquia que prova ser possível resistir à passagem do tempo.
4. Vilar de Perdizes
Seria difícil imaginar que Vilar de Perdizes, uma pequena aldeia do concelho de Montalegre, em Trás-os-Montes, pudesse um dia chegar às bocas do mundo e construir para si própria um lugar na rota do turismo em Portugal. Mas conseguiu! E a forma como tudo aconteceu é um caso de estudo e uma prova que a força de vontade não tem limites.
A ascensão meteórica desta pequena aldeia transmontana começou em 1983, mas foi já no início deste século, em 2002, que ganhou maior repercussão. E tudo se deve a um homem: o Padre Fontes, um transmontano de gema, homem de honra e com muito amor pela sua terra e pelo povo que nela habita.
5. Montesinho
Esta pequena aldeia encontra-se inserida no parque natural com o mesmo nome. As suas casas típicas foram recuperadas para turismo, e hoje é possível fazer desta localidade o centro para explorar a região. Não deixe de conhecer a sua pequena igreja e o museu, instalado numa típica casa transmontana, assim como provar a fabulosa gastronomia local.
Em Montesinho começa um fantástico percurso pedestre de 10 km, que passa por outras duas localidades da região: França e Portelo. Ao longo do caminho, não se espante se vir um veado ou um lobo ibérico.
6. Gimonde
Esta pequena e pitoresca aldeia faz parte do concelho de Bragança, e encontra-se integrada no Parque Natural de Montesinho. A sua paisagem é dominada pela sua ponte medieval, que lhe dá um encanto especial, mas há muito mais para ver pelas ruas desta pequena aldeia.
Gimonde é também muito conhecida pela sua gastronomia, existindo diversos restaurantes onde se pode apreciar os pratos típicos da região. Se tiver tempo, aventure-se pelo Parque Natural de Montesinho e descubra outras aldeias típicas, como Rio de Onor.
Olá Diana,
Muito obrigado pelo artigo sobre a minha região.
Fique bem.