Localizada no Centro de Portugal, a Serra da Freita tem vindo a transformar-se num destino de excelência para quem procura turismo de Natureza. Mas esse não é o seu único atrativo: aldeias típicas de xisto, pequenas cascatas e lagoas quase secretas, fosseis e monumentos geológicos são outras das grandes razões para descobrir esta região.
A grande explosão turística aconteceu, no entanto, com a chegada dos famosos Passadiços do Paiva (que, diga-se a verdade, percorrem mais do que apenas a Serra da Freita). No entanto, já anos antes tinha sido dado o primeiro passo para criar todas as condições para fazer deste um destino turístico de excelência, com a criação do Arouca Geopark.
O certo é que, passo a passo, a Serra da Freita tem vindo a cativar cada vez mais visitantes que aqui acorrem em busca da sua esplendorosa na natureza enquanto fazem caminhadas. Descubra algumas das suas aldeias típicas, cascatas e passadiços para conhecer na sua visita a este pequeno paraíso.
1. Drave
Esta é, talvez, a aldeia abandonada mais especial do nosso país. Encontra-se encaixada entre a serra da Freita e a serra de São Macário, e deslumbra todos os visitantes pela sua natureza intocada. Chegar aqui de carro é impossível: a melhor opção é seguir um trilho (o PR14 ARC) que parte de uma aldeia vizinha.
O caminho é um pouco exigente, mas a paisagem deslumbrante e a pequena lagoa que o esperam valem a pena. Drave foi “redescoberta” pelos escuteiros, que a tornaram numa das suas bases nacionais, e, por isso, não estranhe a quantidade de gente que por aqui pode encontrar em quase todas as alturas do ano.
2. Frecha da Mizarela
Esta queda de água precipita-se de uma altura de 70 metros, estando próxima da nascente do Caima, na Serra da Freita, entre Vale de Cambra e Arouca. É a cascata mais alta de Portugal e uma das maiores da Europa ocidental, tendo-se formado graças à força do rio e à morfologia da região, que alterna granito e xisto, que causou a dita frecha por onde a água jorra.
Está inserida no Geoparque de Arouca e por isso não é a única atração turística desta região. O museu das trilobites ou os famosos passadiços do Paiva são apenas algumas das muitas boas razões para visitar os arredores.
3. Aldeia da Pena
A aldeia da Pena é uma típica aldeia de xisto com seis habitantes e dez casas de habitação, todas aninhadas no fundo do vale profundo da serra de São Macário. A localidade tem ganho mais destaque e atraído mais turistas nos últimos anos, graças ao seu sossego e beleza. Para aqui chegar, deve passar por São Pedro do Sul, pelo IP5, até chegar às proximidades desta aldeia que se confunde com a natureza.
À entrada, junto de um ribeiro de águas cristalinas, vai encontrar a Adega Típica Pena, também em xisto. Os carros não podem entrar na aldeia, o que ajuda a contribuir para a atmosfera de sossego, complementada pelo casario em xisto e ardósia que nos oferece um cenário único no mundo.
4. Passadiços do Paiva
São os passadiços mais conhecidos e premiados de Portugal, atraindo milhares de visitantes todos os anos. Liga as praias fluviais de Areinho e da Espiunca e tem uma extensão total de 8,7km. O passadiço em madeira acompanha o rio Paiva no Geopark de Arouca.
O percurso demorar cerca de 2h30 a completar e é de dificuldade um pouco mais elevada graças às subidas e descidas acentuadas. Aqui poderá também encontrar a maior ponte pedonal suspensa do mundo, aberta recentemente ao público.
5. Covas do Monte
Uma aldeia com mais cabras do que pessoas. Um pequeno recanto, perdido no tempo, onde os seus habitantes e as cabras percorrem as ruas de xisto e aqui vivem como viveriam há algumas décadas atrás: com o mesmo ritmo e os mesmos hábitos de antigamente.
O caminho para chegar a Covas do Monte é sinuoso e de rara beleza. Atravessa a Serra de São Macário e chega à Serra da Freita, onde está a aldeia, que pertence ao município de São Pedro do Sul. Mas as vistas, o ar puro e o cheiro a tradição fazem compensar a viagem.
6. Meitriz
Aninhada numa pequena curvatura do rio Paiva que a separa da vizinha aldeia de Barco, Meitriz é um pequeno paraíso que ainda preserva muitas das suas características ancestrais.
As casas de xisto e lousa espalham-se pelas ruas antigas e pelos socalcos agrícolas, criando uma paisagem em perfeita harmonia com a montanha, o rio e a pequena praia fluvial da aldeia. Uma visita a não perder!
7. Poço Verde de Drave
Chegar até à aldeia de Drave não é tarefa fácil e exige um duro esforço físico através de uma longa caminhada (é impossível chegar de carro até à aldeia). Mas se fizer o caminho no Verão, a sua chegada é recompensada pela visão idílica de uma pequena cascata que forma uma lagoa onde pode refrescar-se um pouco.
Não sabemos se o “poço verde de Drave” é o nome oficial desta pequena lagoa, mas seja qual for a sua verdadeira designação, dá vontade de mergulhar nas suas águas cristalinas e recuperar as forças para o caminho de regresso a casa.