Se adora visitar aquilo que existe de mais genuíno em Portugal e gosta de partir à descoberta dos seus segredos e encantos, não pode perder estas fantásticas aldeias de xisto da Serra do Açor. O casario de pedra, os sabores da gastronomia, e as tradições e saberes característicos das gentes desta terra convidam a uma visita demorada pelo território.
E não pense que a Serra do Açor tem apenas aldeias para visitar. Há muito para fazer nesta maravilhosa região e pode mesmo precisar de vários dias para poder desfrutar plenamente de todos os locais. As praias fluviais da Serra do Açor são outra das atrações, especialmente no Verão. Mas a Mata da Margaraça e a Cascata da Fraga da Pena também merecem uma visita.
A melhor forma de descobrir a Serra do Açor é de carro. Sugerimos pelo menos 4 dias, se pretende descobrir com calma as suas aldeias de xisto, as suas praias fluviais e os seus bosques e cascatas. Estas são algumas das mais bonitas aldeias xisto da Serra do Açor.
1. Piódão
É outra das mais bonitas aldeias de Portugal e dificilmente encontra no país outra como ela. Piódão está classificada como Aldeia Histórica mas é também uma aldeia de xisto. Pertence ao concelho de Arganil e fica na encosta da Serra do Açor. Chegar até ao Piódão implica vaguear pelas estradas sinuosas da serra, mas a visita vale bem a pena. As suas casas de xisto dispostas ao longo da encosta da serra conferem-lhe a alcunha de “aldeia presépio”.
Passeie pelas suas ruas sinuosas, descubra as suas janelas pintadas de azul e a sua igreja que não se parece com mais nenhuma em Portugal. No final, pare numa das esplanadas de algum dos restaurantes da aldeia e desfrute de um bom petisco da região. Se ainda estiver com forças e com vontade de descobrir mais nas redondezas, faça o percurso até à aldeia de Foz d’Égua ou visite a deslumbrante Mata da Margaraça e a Fraga da Pena.
2. Foz d’Égua
Pequena mas cheia de encanto. Assim é Foz d´Égua. Pertence ao concelho de Arganil e fica bem perto de Piódão, pelo que se recomenda uma visita a ambas. Foz d’Égua entrou nas bocas do mundo graças às obras de restauro de um habitante local. Algumas das suas casas foram minuciosamente restauradas e preservadas na sua essência. O melhor de tudo? Estão disponíveis para alojamento.
O cenário deslumbrante compõe-se com uma pequena praia fluvial resultante da conjugação de 2 ribeiras, atravessada por 2 pequenas pontes de xisto e com outra ponte suspensa um pouco mais acima. Depois de desfrutar deste pequeno paraíso, rume a norte para conhecer outras aldeias de encantar: Aldeia das Dez, Alvoco das Várzeas e Poço da Broca, entre outras. Já agora: leve o fato de banho para mergulhar em alguma das excelentes praias fluviais que poderá encontrar.
3. Chãs d’Égua
Não é tão deslumbrante como as suas vizinhas, Piódão e Foz d’Égua, mas merece uma visita, nem que seja rápida. As suas casas de xisto ao longo da encosta dão-lhe um charme difícil de igualar. A melhor forma de a descobrir é passeando pelos seus becos e ruelas.
A aldeia é ocupada deste tempos remotos e, a prová-lo, está a existência de cerca de 50 gravuras rupestres com milhares de anos. Se quiser descobrir um pouco mais sobre esta tema, pode visitar o Centro Interpretativo de Arte Rupestre que existe na povoação.
4. Aldeia das Dez
Chegar aqui é um autêntico desafio para os condutores, já que as estradas são estreitas e com curvas muito apertadas. Mas findo o caminho, concentrará uma aldeia sobranceira ao rio Alvôco, com vista para as serras envolventes. As casas em granito são o destaque da paisagem. Já no que toca ao património, não pode deixar de visitar a Igreja Matriz, com o seu interior decorado com talha dourada.
Afinal, nesta aldeia moraram muitos entalhadores e douradores, que enriqueceram o espaço com a sua arte. Não deixe de provar o cabrito, os bolos tradicionais da aldeia (como as cavacas e coscoréis) e o licor de medronho, abundante na região.
5. Benfeita
Esta é uma das aldeias brancas da lista, já que o casario branqueia a paisagem envolvente. É também a única aldeia do mundo a exaltar a paz com uma torre, um sino e um relógio. A localidade está próxima da Fraga da Pena (uma queda de água com 19 metros) e da Mata da Maragaça, uma das mais importantes florestas caducifólias do nosso país.
Na aldeia, existem duas ribeiras, sendo que no recuperado moinho do Figueiral pode ainda ver como se aproveitava antigamente a força da água. Suba à Fonte das Moscas para apreciar devidamente o casario branco e as ruelas e passadiços característicos do local.
6. Fajão
Envolvida pela paisagem verdejante e por grandes penedos, encontra-se Fajão, que faz as delícias dos amantes de escalada. Todas as casas confluem de forma sinuosa no adro da Igreja Matriz, dedicada a Nª Srª da Assunção, e datada de 1799. Dentro, encontra um conjunto de imagens religiosas do séc. XVI.
A aldeia tem também duas capelas mais modestas, a visitar, bem como a Fonte Velha, local de abastecimento de água da povoação. Se quer aprofundar o seu conhecimento sobre a história da aldeia, e conhecer obras de arte em xisto, viste o Museu Monsenhor Nunes Pereira.
7. Sobral de São Miguel
A aldeia de Sobral de São Miguel é vista pelos habitantes como o “coração do xisto”, já que tem um dos maiores aglomerados nacionais de edifícios neste material. Apesar de as casas serem o ex-libris da aldeia, há muito para ver, desde as suas três pontes (a mais emblemática delas é a Ponte do Caratão, onde passava a Rota do Sal) até à Casa-Museu João dos Santos, onde pode ver peças referentes ao quotidiano antigo da aldeia.
No que diz respeito ao património religioso, não deixe de visitar a Igreja Matriz, com a sua torre sineira erguida em 1937, e a capela em homenagem a Santa Bárbara, mandada erigir pelos mineiros em 1938.
8. Vila Cova de Alva
A presença do Convento de Santo António, construído no início do século XVIII, teve grande influência na freguesia, sendo essa a razão pela qual a aldeia tem o maior conjunto monumental desta lista. Não deixe de passar pelo Largo da Igreja e pelo Pelourinho, onde coabitam dois solares do séc. XVII.
Visite também o Solar dos Condes da Guarda, o Solar Abreu Mesquita e a Rua Quinhentista. Nos dias quentes, uma visita à praia fluvial recomenda-se, já que este é o espaço perfeito para se refrescar e descansar antes de continuar a visita.