Se gosta de viajar pelo Norte de Portugal e apreciar a sua riqueza cultural e natural, não pode deixar de conhecer o Palácio da Brejoeira, um dos monumentos mais impressionantes da região. Este palácio, que data do início do século XIX, é um exemplo de elegância e requinte, com uma arquitetura neoclássica que se destaca na paisagem rural.
O palácio está inserido numa propriedade de 30 hectares, onde se cultivam vinhas de casta Alvarinho, que produzem um dos vinhos mais famosos e apreciados do país. Além disso, conta com um bosque, um lago, uma capela e um teatro, que revelam o bom gosto e a sofisticação dos seus antigos proprietários.
Neste artigo, vamos explorar um pouco mais sobre este monumento deslumbrante, que foi classificado como Monumento Nacional em 1910, e que pode ser visitado mediante reserva. Vamos lá?
A história do Palácio da Brejoeira
O Palácio da Brejoeira começou a ser construído em 1806, por iniciativa de Luís Pereira Velho de Moscoso, um fidalgo da Casa Real que tinha uma grande fortuna. O projeto do palácio é atribuído a Carlos Amarante ou a José da Costa e Silva, dois dos mais importantes arquitetos da época.
No entanto, as obras foram interrompidas pelas Invasões Francesas e pela morte do seu mandatário em 1837. O palácio foi herdado pelo seu filho Simão Pereira Velho de Moscoso, que o concluiu em 1834. Este morreu sem descendência e o palácio passou para a família Caldas de Lisboa.
O palácio entrou então num período de abandono e decadência, até que foi vendido em hasta pública em 1901 a Pedro Maria da Fonseca Araújo, presidente da Associação Comercial do Porto. Este realizou obras de restauro e ampliação do palácio, sob a orientação do arquiteto Ventura Terra.
Foram acrescentados uma capela palatina e um teatro, os jardins e o bosque foram reformados e o lago foi construído. O palácio foi também decorado com mobiliário e obras de arte de grande valor.
Em 1937, o palácio foi comprado pelo pai de Hermínia Paes (1894-1982), uma mulher visionária e empreendedora que se dedicou à produção de vinho Alvarinho na propriedade.
Foi ela quem criou a marca Palácio da Brejoeira, que se tornou uma referência na região. Hermínia Paes viveu no palácio até à sua morte e deixou-o como legado à Fundação Maria Hermínia Paes.
Atualmente, é gerido pela fundação e está aberto ao público mediante reserva. É possível visitar o interior do palácio, os jardins, o bosque, as vinhas, a adega antiga e a capela. Também é possível provar os vinhos e as aguardentes produzidos na propriedade.
A arquitetura do Palácio da Brejoeira
O Palácio da Brejoeira é uma obra-prima da arquitetura neoclássica portuguesa, com influências francesas e italianas. O palácio tem uma planta retangular com quatro torres nos cantos. A fachada principal é marcada por um pórtico com quatro colunas jónicas que sustentam um frontão triangular com o brasão dos Moscoso.
O pórtico é ladeado por duas janelas de sacada com balaustradas. O corpo central é rematado por uma cúpula com uma lanterna. As fachadas laterais e posterior são mais simples, mas também apresentam janelas de sacada e frontões.
O interior do palácio é composto por vários salões e quartos, decorados com mobiliário, pinturas, esculturas, tapetes, porcelanas e outros objetos de arte. Destacam-se o Salão Nobre, com um teto pintado por José de Brito, o Salão dos Espelhos, com um lustre de cristal da Boémia, o Salão Chinês, com um biombo de laca da China, e o Salão dos Retratos, com uma galeria de pinturas dos antigos proprietários. O palácio tem ainda uma biblioteca, uma sala de música, uma sala de jogos e uma sala de jantar.
No exterior do palácio, há vários espaços que merecem uma visita. A capela palatina, construída em 1906, tem um estilo neogótico e guarda no seu interior um retábulo de talha dourada e várias imagens religiosas. O teatro, também edificado em 1906, tem uma capacidade para 80 pessoas e um palco com cenários pintados à mão.
Os jardins, de estilo inglês, têm canteiros floridos, fontes, estátuas e um labirinto de buxo. O bosque tem árvores exóticas e autóctones, como sequóias, cedros e carvalhos. O lago tem uma ilha artificial com um pavilhão chinês e é habitado por patos e cisnes. As vinhas ocupam 18 hectares da propriedade e produzem uvas da casta Alvarinho.
Como visitar o Palácio da Brejoeira
O Palácio da Brejoeira está situado na Estrada Nacional Monção-Arcos de Valdevez, na freguesia de Pinheiros, a cerca de 6 km de Monção. O palácio pode ser visitado durante todo o ano, mediante reserva prévia através do site oficial. Há dois programas disponíveis para os visitantes:
- Programa Património: inclui a visita guiada ao interior do palácio, aos jardins, à adega antiga e à capela. Tem a duração de cerca de 45 minutos e custa 7,50 euros por pessoa.
- Programa Quinta: inclui a visita guiada ao bosque, às vinhas, ao lago e à capela de São Francisco. Tem a duração de cerca de 60 minutos e custa 5 euros por pessoa.
É possível complementar os programas com provas de vinho Alvarinho ou de aguardentes produzidos na propriedade. As provas têm preços entre 2,50 euros e 5 euros por pessoa. O palácio tem ainda uma loja onde se podem comprar os produtos da marca Palácio da Brejoeira, como vinhos, aguardentes, compotas e mel.