Ainda existem aldeias secretas no Algarve? Típicas e sem a influência do turismo de massas? Claro que sim! Apesar de não figurarem os roteiros turísticos, algumas das vilas e aldeias do Algarve ainda conseguem manter vivas as tradições do passado. Visitá-las é descobrir um Algarve que pensávamos já não existir.
Sejam elas aldeias à beira mar ou aldeias no meio da serra, estas localidades típicas primam pelo seu aspeto genuíno, pelas casas brancas, pelas chaminés rendilhadas e pelos fabulosos pratos de peixe que aqui se comem. A sua simples existência é sinal de que o Algarve mais típico ainda não desapareceu.
De Verão ou de Inverno, escolha descobrir o Algarve secreto, aquele que não aparece nos roteiros turísticos mas que merece ser conhecido. Afinal de contas… visitar as aldeias mais secretas do Algarve é um autêntico regresso às origens.
1. Alte
Longe do turismo de massas, das praias repletas de gente e dos turistas que apenas buscam sol e mar, existe um Algarve que consegue ainda manter vivas as suas aldeias mais típicas. Alte, em Loulé, é um desses bons exemplos. Alte não perde a identidade e fruto de cuidadoso investimento da autarquia para que fosse alvo de processos de manutenção e preservação, mantém intactos os seus traços.
O vale abaixo da Ribeira de Alte é intimamente relacionado com duas fontes, a Fonte Pequena e a Fonte Grande. A aldeia de Alte, a Fonte Grande e a zona envolvente são locais pitorescos, que atraem muitos visitantes. E vale bem a pena em função da gastronomia da zona, mas igualmente pelo artesanato tradicional, donde se pode destacar os brinquedos de madeira, a olaria e os trabalhos de esparto.
2. Querença
A aldeia de Querença é, sem dúvida, uma das mais típicas e bonitas do Algarve. As suas casas brancas com as chaminés rendilhadas denunciam de imediato as influências da arquitetura árabe. Localiza-se no interior do concelho de Loulé, em plena serra algarvia.
Querença tem sabido preservar as suas características, tradicionais de um espaço rural. Para além da arquitetura, são ainda comuns várias artes como a cestaria, produção de mel e de licores e o fabrico de bonecos de tecidos.
Além das suas pitorescas ruas, vale a pena explorar as redondezas e conhecer um Algarve mais selvagem, longe das praias e mais perto da Natureza. Pode fazê-lo através de um percurso pedestre oficial e devidamente sinalizado, o LLE PR16. Trata-se de um percurso circular de 5 quilómetros que lhe permitirá descobrir as maravilhas naturais desta região.
3. Cacela Velha
No topo de uma falésia e virada para o estuário, Cacela Velha recorda o Algarve do século passado. As casas ainda estão caiadas de branco e a vida decorre como se esta região ainda não tivesse sido invadida por turistas à procura de praia e sol.
Lá no fundo da falésia, as praias são de uma qualidade excelente e pouco frequentadas. Por se localizarem ainda dentro da área da ria, são um pouco mais quentes, com águas calma e pouco profundas, ideais para famílias com crianças. Os restos de um forte do século XVIII completam a paisagem quase mágica.
Não deixe de provar a gastronomia local. Passeie pelas ruas de Cacela Velha e aprecie os pequenos detalhes e os elementos mais típicos. E se quiser descobrir mais sobre a região, dê um salto até Tavira, uma das cidades mais bonitas do Algarve.
4. Estói
Longe do turismo de massas que acorre às praias nos meses de Verão, existe um Algarve quase secreto, ainda por explorar. É o Algarve das aldeias típicas, das serras com ribeiros e cascatas, que nos faz lembrar que o espírito desta região e das suas gentes ainda se mantém vivo, apesar da massificação. E esse espírito do Algarve tradicional ainda está presente em Estoi.
Localiza-se no concelho de Faro e tem menos de 4 mil habitantes, mas possui uma riqueza histórica e arquitetónica difíceis de igualar para uma localidade tão pequena. Em Estoi, sobressai o seu palácio, hoje transformado em pousada, e as ruínas romanas de Milreu, uma das mais importantes de Portugal.
Apesar de estar situada perto de grandes centros urbanos, da autoestrada e das praias, a pequena Estoi conseguiu manter a sua autenticidade algarvia. As casas típicas caiadas de branco e com janelas decoradas dão um ar pitoresco à vila e as suas ruas estreitas e sinuosas convidam a um passeio.
5. Pedralva
A história da aldeia de Pedralva, no Algarve, é uma história especial. É um dos melhores exemplos, a nível nacional, de como o amor pela terra e pelas tradições podem recuperar aldeias que se julgavam perdidas e abandonadas para sempre. Pedralva renasceu das cinzas e hoje tem vida novamente, contra todas as expectativas.
Localizada em Vila do Bispo, chegou a ter mais de 100 habitantes. Aos poucos, todos foram partindo e resistiram apenas 9, que viviam em casas degradadas ou com poucas condições. Mas Pedralva renasceu! Após um longo processo, todas as casas da aldeia foram compradas e recuperadas para turismo rural.
O município viu na ideia uma oportunidade única de promover o Algarve mais típico e instalou rede elétrica e saneamento. Hoje, Pedralva pode ser a sua aldeia: pode alugar uma das suas várias casas e passar aqui uns dias, em comunhão com a Natureza. A partir daqui pode explorar o interior algarvio, ainda longe do turismo de massas.