Ainda existem locais desconhecidos pelos turistas na Serra da Estrela? Claro que sim! O ponto mais alto de Portugal Continental esconde segredos ainda pouco desvendados e frequentados. A grande maioria chega à serra em busca de um pouco de neve sem imaginar tudo o que esta região pode oferecer durante as restantes épocas do ano.
A Serra da Estrela possui todas as condições para proporcionar aos seus visitantes umas férias únicas e relaxantes, seja apenas em passeio ou também em estadias mais prolongadas. São dezenas de pequenas aldeias típicas e tradicionais que esperam por si para lhe mostrar o melhor que a serra tem para oferecer. E há também cascatas, bosques encantados com trilhos para percorrer e vales glaciares para descobrir.
Por isso mesmo, se tiver a oportunidade de visitar esta região durante a Primavera, o Verão ou o Outono, aproveite e passe aqui alguns dias em busca dos seus locais menos frequentados. Descubra alguns dos locais menos conhecidos da Serra da Estrela para umas férias longe das multidões.
1. Lapa dos Dinheiros
Memorize este nome: Lapa dos Dinheiros. Esta pequena aldeia, com um nome bastante curioso e fácil de fixar, é um dos segredos mais bem guardados da Serra da Estrela. Fica a mais de 700 metros de altitude, em plena serra, no concelho de Seia, e integra a rede de Aldeias de Montanha.
As suas quedas de água são um deleite para os sentidos mas, um olhar mais atento, permite descobrir outros pequenos segredos nos arredores: a rocha dos Cornos do Diabo e o chamado Buraco do Sumo, um local onde a água da ribeira corre debaixo da terra.
2. Alvoco da Serra
Encontra-se a 700 metros de altitude, e é a aldeia que está topograficamente mais próxima da Torre. A povoação, que integra a rede de Aldeias de Montanha do município de Seia, encontra-se envolta num rico enquadramento natural e paisagístico, com diversos passeios pedestres nas suas proximidades. Alvoco da Serra tem origens muito antigas, preservando ainda vestígios da presença romana, como uma calçada em que foram encontradas moedas daquela época.
Também não pode deixar de visitar a Capela Medieval de São Pedro, a Casa do Barão e a Casa-Museu. Procure igualmente passear por entre as ruas estreitas e deslumbrar-se com as casas de granito. Por último, não pode deixar de provar os pratos típicos de cordeiro e cabrito que encontra por aqui.
3. Cortes do Meio
A Serra da Estrela, a montanha mais alta de Portugal Continental, ainda consegue ser uma autêntica caixinha de surpresas. Apesar de o turismo ter aumentado nos últimos anos, ainda existem locais quase secretos para a maioria dos turistas. É o caso das cascatas e piscinas naturais de Cortes do Meio.
Cortes do Meio é uma pequena aldeia perto de Tortosendo, no concelho da Covilhã. É conhecida como a “capital das cascatas e piscinas naturais da Serra da Estrela”. E o apelido é totalmente merecido! Afinal de contas, são 14 as piscinas naturais que aqui pode encontrar, todas localizadas no leito da ribeira de Cortes.
4. Videmonte
A Serra da Estrela continua a ser uma caixinha de surpresas e continua a revelar pequenos recantos, quase secretos, acolhedores e repletos de tradição. É o caso da pequena aldeia de montanha de Videmonte, no concelho da Guarda. Tem menos de 1000 habitantes mas é uma aldeia repleta de energia e com muito para visitar.
Uma das melhores épocas para visitar Videmonte é durante o Festival Pão Nosso, que se realiza todos os anos. É a altura ideal para descobrir mais sobre este pequeno recanto da Serra da Estrela e conhecer as suas tradições, os seus hábitos e os seus costumes. No festival é comum o teatro, a música e mostras etnográficas.
5. Folgosinho
Esta é uma daquelas localidades portuguesas que toda a gente deveria visitar pelo menos uma vez na vida. Folgosinho, no concelho de Gouveia, não é apenas uma das mais bonitas aldeias da Serra da Estrela. É também uma das mais carismáticas e mais pitorescas. Além disso, está repleta de património e de lendas (que vão desde Viriato a Afonso Henriques).
Os séculos de isolamento a que esteve sujeita moldaram a aldeia e a sua população. E apesar de hoje já ter chegado a modernidade, continuam a poder ver-se, por vezes, os rebanhos a ir para os pastos ou as mulheres a ir buscar água às fontes. Folgosinho soube evoluir preservando o que tem de mais genuíno e especial.
6. Vide
Vide é um local especial, até porque faz a transição entre a serra da Estrela e a serra do Açor, mundos diferentes que se refletem na perfeição nesta pequena aldeia, como se as ruas e casas em xisto andassem lado a lado com a dureza do granito.
Antigamente, Vide era inteiramente construída em xisto, mas, com a emigração dos anos 50 do século XX, a população conseguiu mais recursos e, assim, começaram a pintar as casas de branco. Apesar disso, nos últimos anos, várias casas foram recuperadas mantendo a sua traça original de xisto.
7. Melo
É a “aldeia eterna” do célebre escritor português do séc. XX, Vergílio Ferreira, que aqui nasceu e foi sepultado. Melo conta com vários pontos de interesse, como o Roteiro Vergiliano, a praça Vergílio Ferreira (que tem a estátua e o percurso literário do escritor no chão), a Vila Josephine e o Museu Etnográfico.
Mas convém destacar igualmente a capela da Senhora da Conceição, a Misericórdia, a Casa da Câmara, o Convento da Senhora do Couto, o Pelourinho (Monumento Nacional) e o Paço (imóvel classificado, em elevado estado de degradação). Esta diversidade de património deve-se à fundação antiga de Melo e ao importante protagonismo social e político que teve em tempos na região.