As begónias são plantas da família Begoniaceae, que conta com mais de 1000 espécies e milhares de híbridos e cultivares. Elas se originaram nas regiões tropicais e subtropicais da América, África e Ásia, e se adaptam bem a diferentes climas e ambientes.
Algumas begónias são cultivadas pelas suas flores coloridas e delicadas, que podem ser simples ou dobradas, e outras pelas suas folhas exuberantes e variadas, que podem ter formas, texturas e cores surpreendentes.
As begónias são plantas ideais para quem quer ter um jardim ou uma casa mais bonitos e alegres, pois elas florescem durante quase todo o ano e exigem poucos cuidados. Neste guia completo, vamos ensinar como cuidar das begónias, desde a escolha da espécie mais adequada ao seu espaço e gosto até a propagação e prevenção de pragas e doenças. Vamos lá?
Como escolher a espécie de begónia
Antes de comprar ou plantar uma begónia, é importante saber qual é a espécie mais indicada para o seu espaço e gosto. As begónias podem ser classificadas em três grupos principais, de acordo com o seu tipo de crescimento: rizomatosas, tuberosas e fibrosas.
Begónias rizomatosas
As begónias rizomatosas são aquelas que possuem um caule subterrâneo chamado rizoma, que armazena nutrientes e água. São cultivadas principalmente pelas suas folhas ornamentais, que podem ter formas arredondadas, pontiagudas, recortadas ou onduladas, e cores que vão do verde ao vermelho, passando pelo prateado, bronze e roxo.
Algumas espécies populares de begónias rizomatosas são a begónia rex, a begónia maculata ou asa-de-anjo e a begónia masoniana ou folha-de-ferradura. As begónias rizomatosas são plantas de interior, pois não toleram o frio nem o sol direto.
Devem ser plantadas em vasos com substrato rico em matéria orgânica e bem drenado, e regadas com moderação. Também gostam de ambientes com elevada humidade relativa do ar.
Begónias tuberosas
As begónias tuberosas são aquelas que possuem um órgão subterrâneo chamado tubérculo, que funciona como uma reserva de energia para a planta. São cultivadas principalmente pelas suas flores exuberantes, que podem ser simples ou dobradas, e cores que vão do branco ao vermelho, passando pelo amarelo, rosa e laranja.
Algumas espécies populares de begónias tuberosas são a begónia tuberosa, a begónia pendula ou cascata e a begónia boliviensis. As begónias tuberosas são plantas de exterior, pois precisam de sol pleno ou meia-sombra para florescer.
Devem ser plantadas em vasos ou canteiros com substrato fértil e bem drenado, e regadas regularmente. Também precisam de uma poda anual para remover as partes secas e estimular novos brotos.
Begónias fibrosas
As begónias fibrosas são aquelas que possuem raízes finas e ramificadas. Podem ser cultivadas tanto pelas suas flores quanto pelas suas folhas, dependendo da espécie. Algumas espécies populares de begónias fibrosas são a begónia semperflorens ou sempre-florida, a begónia elatior ou flor-de-natal e a begónia bambusiforme ou bambu.
As begónias fibrosas são plantas versáteis, pois podem ser cultivadas tanto em interior quanto em exterior, desde que protegidas do frio intenso e do sol forte.
Devem ser plantadas em vasos ou canteiros com substrato leve e bem drenado, e regadas frequentemente. Também se beneficiam de uma adubação periódica para manter a floração e a folhagem saudáveis.
Como propagar as begónias
As begónias podem ser propagadas por diferentes métodos, dependendo da espécie. Os principais métodos são:
Divisão de rizomas ou tubérculos
Este método consiste em separar uma parte do rizoma ou do tubérculo da planta-mãe e plantá-la em outro vaso ou canteiro. É indicado para as begónias rizomatosas e tuberosas.
O melhor período para fazer a divisão é no final do inverno ou no início da primavera, quando as plantas estão a sair do repouso vegetativo. Para fazer a divisão, siga os seguintes passos:
- Retire a planta do vaso ou do canteiro com cuidado para não danificar as raízes.
- Corte o rizoma ou o tubérculo com uma faca afiada e limpa em pedaços que tenham pelo menos um broto cada um.
- Deixe os pedaços secarem por algumas horas para cicatrizarem os cortes.
- Plante os pedaços em vasos ou canteiros com substrato novo e bem drenado.
- Regue moderadamente até que as novas plantas se estabeleçam.
Estacas de caule ou folha
Este método consiste em cortar uma parte do caule ou da folha da planta-mãe e enraizá-la noutro vaso ou canteiro. É indicado para as begónias rizomatosas e fibrosas.
O melhor período para fazer as estacas é na primavera ou no verão, quando as plantas estão em pleno crescimento. Para fazer as estacas, siga os seguintes passos:
- Escolha um caule ou uma folha saudável da planta-mãe.
- Corte o caule com uma tesoura afiada e limpa logo abaixo de um nó (ponto onde saem as folhas) ou corte a folha pela metade ao longo da nervura central.
- Remova as folhas inferiores do caule ou faça alguns cortes na nervura central da folha.
- Coloque o caule ou a folha em um copo com água até que surjam raízes ou plante-o diretamente num vaso com substrato húmido e bem drenado.
- Mantenha o caule ou a folha em um local iluminado mas sem sol direto até que se forme uma nova planta.
Sementes
Este método consiste em semear as sementes das flores da planta-mãe noutro vaso ou canteiro. É indicado para as begónias tuberosas e fibrosas.
O melhor período para semear é no final do inverno ou no início da primavera, quando as temperaturas começam a subir. Para semear as sementes, siga os seguintes passos:
- Colha as sementes das flores secas da planta-mãe.
- Espalhe as sementes sobre um vaso com substrato fino e levemente húmido.
- Cubra as sementes com uma camada fina de substrato ou areia.
- Mantenha o vaso num local iluminado mas sem sol direto até que germinem.
- Transplante as mudinhas para vasos maiores ou canteiros quando tiverem pelo menos quatro folhas.
Como prevenir pragas e doenças nas begónias
As begónias são plantas resistentes mas podem ser atacadas por algumas pragas e doenças se não receberem os cuidados adequados. As principais pragas que as afetam são:
Pulgões
São insetos sugadores que se alimentam da seiva das folhas e dos brotos das plantas. Causam deformações nas partes atacadas e podem transmitir vírus.
Para combater os pulgões, pode-se usar inseticidas naturais à base de alho, pimenta ou sabão de potássio, ou inseticidas químicos específicos para plantas ornamentais. Também é recomendável podar e eliminar as partes afetadas e atrair predadores naturais dos pulgões, como joaninhas e crisopas.
Cochonilhas
São insetos sugadores que se protegem com uma carapaça cerosa ou algodão. Alimentam-se da seiva das folhas e dos caules das plantas. Causam amarelecimento e queda das folhas e podem transmitir fungos.
Para combater as cochonilhas, pode-se usar álcool ou óleo vegetal para removê-las manualmente, inseticidas naturais à base de alho, pimenta ou sabão de potássio, ou inseticidas químicos específicos para plantas ornamentais.
Também é recomendável podar e eliminar as partes afetadas e atrair predadores naturais das cochonilhas, como joaninhas e crisopas.
Ácaros
São aracnídeos microscópicos que se alimentam da seiva das folhas das plantas. Causam manchas amareladas e prateadas nas folhas, que ficam secas e enroladas. Também podem produzir teias finas entre as folhas.
Para combater os ácaros, pode-se usar água fria para lavar as folhas, ou acaricidas naturais à base de alho, pimenta ou enxofre, ou acaricidas químicos específicos para plantas ornamentais.
Também é recomendável aumentar a humidade do ar e atrair predadores naturais dos ácaros, como ácaros predadores e crisopas.
As principais doenças que afetam as begónias são:
Míldio
É uma doença causada por um fungo que se desenvolve em ambientes húmidos e frios. Provoca manchas brancas ou cinzentas na parte inferior das folhas, que ficam amareladas e caem.
Para prevenir o míldio, é importante evitar o excesso de rega e a humidade nas folhas, e manter uma boa circulação de ar entre as plantas.
Para tratar o míldio, pode-se usar fungicidas naturais à base de bicarbonato de sódio ou leite, ou fungicidas químicos específicos para plantas ornamentais. Também é recomendável podar e eliminar as partes afetadas.
Antracnose
É uma doença causada por um fungo que se desenvolve em ambientes quentes e húmidos. Provoca manchas escuras nas folhas e nos caules das plantas, que ficam murchos e apodrecem.
Para prevenir a antracnose, é importante evitar o excesso de rega e a humidade nas folhas, e manter uma boa circulação de ar entre as plantas.
Para tratar a antracnose, pode-se usar fungicidas naturais à base de alho ou vinagre, ou fungicidas químicos específicos para plantas ornamentais. Também é recomendável podar e eliminar as partes afetadas.
Perguntas frequentes sobre as begónias
As begónias são perenes ou anuais?
As begónias são plantas perenes, ou seja, que vivem por vários anos. No entanto, algumas espécies podem perder a parte aérea no inverno e rebrotar na primavera, como as begónias tuberosas.
Outras espécies podem ser cultivadas como anuais em regiões com climas mais frios, como as begónias semperflorens.
As begónias precisam de adubo?
As begónias precisam de adubo para manter a sua floração e folhagem saudáveis. O tipo e a frequência do adubo dependem da espécie da planta.
Em geral, recomenda-se usar um adubo orgânico ou mineral balanceado a cada 15 ou 30 dias durante a primavera e o verão.