Existem centenas de castelos em Portugal. Construídos como meio de defesa das fronteiras dos ataques espanhóis, hoje os castelos são monumentos que nos lembram do quão difícil foi construir este país, em que lutámos sempre em desvantagem em relação aos nossos inimigos. Alguns destes castelos são pequenas fortificações mas outros são bastante imponentes.
A grande maioria dos castelos de Portugal foi restaurada em meados do século XX. Antes disso, muitos deles estavam ao abandono. Existem relatos de castelos em Portugal que serviam como depósito de palha, estábulos para gado ou até estabelecimentos prisionais, por exemplo. Felizmente, foi-lhes dado o devido valor e hoje podemos vê-los em toda a sua imponência (na sua maioria).
Existem muitos exemplos de castelos portugueses que foram recuperados de forma exemplar. Hoje, para além de nos recordarem memórias do nosso passado, são também monumentos dos quais nos podemos orgulhar. Descubra alguns dos mais imponentes castelos de Portugal.
1. Castelo de Guimarães
A lista dos castelos mais imponentes de Portugal só poderia começar com o castelo de Guimarães, onde ocorreu, em 1128, a batalha de S. Mamede, de onde saiu vencedor o primeiro rei português, D. Afonso Henriques.
O castelo era originalmente de terra e madeira, embora hoje conte com sete torres bem sólidas, e ostenta uma placa nas suas muralhas, onde se diz com orgulho que “aqui nasceu Portugal”. Para além da visita ao castelo, não deixe de visitar o Palácio dos Duques de Bragança, o centro histórico (Património da Humanidade) e de provar a gastronomia local.
2. Castelo de Almourol
Este é um dos castelos templários mais emblemáticos de Portugal, graças à sua localização única. Foi edificado sobre uma antiga fortificação tomada aos mouros em 1129, e está situado numa ilha escarpada no meio do rio Tejo, bem próximo de Tancos.
Em 1160, o castelo foi entregue aos templários, conservando ainda alguns traços da arquitetura militar da ordem. Em cima do portão principal do castelo existe uma placa que dá conta de que a sua edificação foi concluída em 1171. O acesso ao castelo apenas pode ser feito por barco, uma vez que este se encontra no cimo de uma rocha, no meio do rio. A sua localização única serviu de inspiração para várias lendas que ainda hoje são contadas.
3. Castelo de Bragança
Uma fortificação primitiva no local poderá ter sido mandada construir por D. Afonso Henriques, pertencendo esta região ao seu cunhado, Fernão Mendes, a fortificação foi melhorada por D. Sancho I, que concedeu foral à povoação em 1187.
Com a crise de 1383-1385, aberta pela questão da sucessão de D. Fernando, o alcaide de Bragança oscilou entre o lado português e o castelhano, o que obrigou à intervenção de D. Nuno Álvares Pereira, o que o levou a ser reconhecido por D. João I. É ainda no reinado deste que as defesas do castelo são melhoradas e se constrói a imponente Torre de Menagem.
4. Castelo do Sabugal
A região foi palco de acesas disputas entre os reis de Portugal e de Castelo, tendo finalmente D. Dinis tomado a sua posse, bem como das terras de Riba-Coa, em 1296, o que foi confirmado no Tratado de Alcanizes em 1297.
Um dos mais ilustres prisioneiros do local foi o poeta e cavaleiro Brás Garcia de Mascarenhas, escritor do séc. XVII, célebre pelas suas aventuras e pelo épico poema Viriato Trágico. Um dos mais importantes acontecimentos militares do castelo aconteceu em abril de 1811, altura em que as tropas anglo-lusas aqui aquarteladas derrotaram o exército francês, que se retirava sob o comando de Massena.
5. Castelo de Montalegre
Este castelo foi já construído tardiamente, no reinado de D. Afonso III, como forma de reorganização das fronteiras a este e oeste de Chaves. O objetivo era que a fronteira setentrional de Trás-os-Montes ficasse dotada de uma ordem territorial e jurídica efetiva, sob o poder do Rei.
O domínio régio não foi de longa duração, uma vez que, ainda antes do séc. XIII terminar, Pedro Anes recebeu de D. Dinis a Carta de Foral de Montalegre, para que se povoassem essas terras, já que, na altura, estas estavam desertas.
6. Castelo de Penedono
A mais antiga referência a este castelo é de 960, mas crê-se que este deve ser anterior, já que na base da estrutura se encontraram fiadas paralelas, caraterísticas das construções árabes.
O castelo está associado à figura do Magriço, Álvaro Gonçalves Coutinho, natural de Penedono, e que foi imortalizado por Camões n’Os Lusíadas, onde narra os feitos dos Doze de Inglaterra. O castelo foi classificado como Monumento Nacional a 16 de junho de 1910.
7. Castelo de Silves
Este castelo é uma notável obra da arquitetura militar e postal de visita da região, sendo o maior castelo do Algarve. Está situado no ponto mais alto da cidade de Silves, podendo daqui apreciar os seus arredores de maneira desimpedida. A estrutura sofreu vários revezes ao longo do tempo, essencialmente devido a sismos, e foi por isso alvo de uma reforma na década de 1940.
A fortaleza em si é de considerável dimensão, com 11 torres (duas das quais a flanquear a entrada). O castelo foi já alvo de diversos trabalhos arqueológicos, que ajudaram a compreender a história da cidade e dos povos que passaram pela região, graças às estruturas e artefactos encontrados.
8. Castelo de Beja
O castelo medieval de Beja, que hoje podemos observar, foi mandado erigir por D. Dinis, em finais do século XIII, sobre umas fundações romanas. O castelo em planta pentagonal está flanqueado por seis torres, incluindo a Torre de Menagem, considerada uma das mais belas do nosso país.
Do topo desta torre de 42 metros de altura, consegue apreciar uma vista magnífica sobre a cidade. Trata-se de um dos mais bem conservados castelos do Alentejo.