A belíssima vila de Terena fica no concelho do Alandroal, em pleno coração do Alentejo. É também conhecida como São Pedro ou São Pedro de Terena. Trata-se de uma típica e acolhedora vila alentejana, outrora muito importante para a defesa do território. Hoje, é apenas uma sombra daquilo que já foi, mas talvez isso lhe dê ainda mais encanto.
E para compreender a antiga importância de Terena, é preciso compreender primeiro um pouco da sua história. O seu castelo, juntamente com os castelos de Alandroal, Juromenha, Mourão e Monsaraz faziam parte da linha de defesa do Guadiana. Enquanto a paz não chegava, a vida em Terena fervilhava.
Mas com a chegada da paz entre Portugal e Espanha, a vida alterou-se radicalmente nesta pacata localidade alentejana. O seu castelo, construído no século XIII, deixou de ter a importância que tinha. As suas gentes foram partindo para outros locais e Terena começou, lentamente, a definhar.
Mas nem este definhamento lhe retira o encanto! Passear pelas ruas de Terena é descobrir uma localidade repleta de história onde as casas caiadas de branco e rematadas com uma faixa azul nos lembram que estamos em pleno Alentejo. E claro… flores por todo o lado a enfeitar portas e janelas e mulheres sorridentes prontas a trocar 2 dedos de conversa.
Um passeio pelos seus becos e ruelas revela-se a melhor forma de descobrir todo o encanto desta vila. Facilmente irá chegar até ao seu pelourinho. É datado do século XVI e fica mesmo ao lado dos antigos Paços do Concelho, do século XVIII e de um outro edifício que funcionou como hospital até ao início do século XX.
As suas capelas e igrejas também merecem uma visita. Mas é o Santuário de Nossa Senhora da Boa Nova, localizado nos arredores, que mais surpreende. Trata-se, provavelmente, da única Igreja-fortaleza de todo o país. É datado do século XIV e foi construído seguindo uma planta em cruz grega com 3 pórticos góticos. Um monumento único em Portugal.
O outro grande destaque é o já mencionado castelo de Terena. Ou melhor… as suas ruínas. Embora ainda domine a paisagem a partir do alto de uma colina, o castelo sofreu grandes danos durante as Guerras da Restauração e no terramoto de 1755. E hoje, apesar de já não ter a imponência de outros tempos, ainda é o maior símbolo de Terena.
Outros dos locais mais enigmáticos de Terena é o Santuário do Endovélico, que era um dos deuses venerados pelos lusitanos. Segundo os arqueólogos, tratava-se de um local que serviria como oráculo, ou seja, onde se tentava prever o futuro. Os romanos devem ter concordado com a sua importância porque o adoptaram e renovaram com estátuas e inscrições em latim.
Uma visita a uma qualquer localidade do Alentejo nunca fica completa sem provar a sua fantástica gastronomia. Existem alguns bons restaurantes em Terena onde pode desfrutar das iguarias da região, como os enchidos, os vinhos e pratos típicos como os secretos de porco preto, por exemplo.
Se quiser explorar um pouco mais dos arredores de Terena, há muito para ver e visitar. Bem perto tem as belíssimas localidades de Redondo e Alandroal (a sede de concelho). A belíssima Vila Viçosa e o seu magnífico Paço Ducal ficam apenas a 20 minutos de distância. Estremoz e EvoraMonte também ficam muito perto.
Pode ainda aventurar-se em direção ao grande lago do Alqueva e explorar todas as pequenas vilas e aldeias que o circundam. O grande destaque é Monsaraz, mas Moura e Mourão também merecem uma visita. Se visitar a região durante o Verão pode refrescar-se numa das suas várias praias fluviais.
Outra das visitas mais interessantes nas redondezas é Juromenha, também pertencente ao concelho do Alandroal. Tal como Terena, desempenhou um papel crucial na defesa do território português, embora Juromenha tenha tido uma tarefa mais complicada e um destino mais triste: encontra-se hoje completamente abandonada.
E no final da sua visita a Terena, não vá embora sem antes comprar uma pequena lembrança ou um produto regional. Além de ajudar o comércio local, irá também contribuir para que os seus habitantes possam continuar a viver aqui e a recebê-lo sempre de braços abertos.