Quinta-feira, 28 Setembro, 2023

As 7 pontes mais bonitas de Portugal

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Em Portugal, podemos encontrar pontes, umas com milhares de anos, outras recentes, umas construídas sem grandes preocupações estéticas, e outros autênticos prodígios da engenharia. A verdade é que no nosso país se constroem pontes desde o tempo dos romanos, há mais de 2000 anos (e algumas delas ainda estão em pé).

Algumas destas pontes são belíssimos monumentos, que vale a pena preservar e apreciar. São marcos da arquitetura e símbolos de uma época que se transformaram em autênticos pontos de interesse dos locais onde estão localizadas. E outras encerram histórias e lendas que enriquecem ainda mais a sua importância.

Porque as pontes não servem apenas para unir margens dos rios, mas podem ser também dignas de contemplação, deixamos-lhe aqui algumas das 7 pontes mais bonitas de Portugal.

1. Ponte Luís I

Ponte Luís I
Ponte Luís I

O verdadeiro nome desta ponte é Luiz I, e não D. Luís I, como é popularmente conhecida. Nomes à parte, esta ponte é um ex-libris da cidade do Porto e está incluída na zona classificada como Património Mundial pela UNESCO desde 1996. A construção da ponte foi adjudicada em 21 de novembro de 1881 à empresa Societé Willebreck, de Bruxelas, cujo administrador era Théophile Seyrig, discípulo de Gustave Eiffel e autor do projeto da nova ponte.

As obras começaram nesse mesmo ano e só terminaram em 1887. Foi no ano anterior, a 26 de maio, que se realizaram os primeiros testes à ponte, que foi sujeita a cargas de 2000 kg por metro linear de viga.

A 30 de outubro de 1886, terminam os trabalhos de construção do arco e do tabuleiro superior. A 31 de outubro desse ano, inaugura-se o tabuleiro superior da ponte. Em 1887, deu-se a inauguração do tabuleiro inferior, concluindo-se assim as obras de construção da nova ponte.

A ponte Luiz I teve portagem, de 5 réis por pessoa, instituída um dia depois da inauguração do tabuleiro superior. Estas portagens só deixaram de ser cobradas a 1 de janeiro de 1944, ou seja, quase 58 anos depois.

2. Ponte Vasco da Gama

Ponte Vasco da Gama
Ponte Vasco da Gama

Dois meses antes da abertura da Expo 98, a 29 de março de 1998, foi inaugurada a maior ponte da Europa e aquela que era, na altura, uma das maiores obras públicas realizadas em Portugal, a Ponte Vasco da Gama. Está situada a leste de Lisboa e liga Sacavém ao Montijo. A obra iniciou-se em julho de 1995, depois de uma primeira fase de planeamento que durou cerca de 3 anos.

Durante o período de planeamento, duas dezenas e meia de técnicas de 4 empresas diferentes, produziram uma dezena de milhar de volumes, com mais de 9000 desenhos, no sentido de planear a ponte até ao mais ínfimo pormenor.

Esta ponte é composta por 6 faixas de rodagem com piso antiderrapante, tem 1200 candeeiros, e centenas de pilares, extremamente firmes, que conseguem suportar impactos até 4 vezes e meia superior ao terramoto de 1755. Por outro lado, as “asas” laterais dos tabuleiros permitem uma melhor resistência ao vento, fazendo com que a ponte suporte rajadas até 220 km por hora.

No total, a Ponte Vasco da Gama tem um comprimento de 17,2 km, sendo que 12,3 desses quilómetros estão em tabuleiros suspensos sobre o Tejo. A construção mereceu o prémio da Bienal Ibero-Americana de Arquitetura e Engenharia, em 2000.

3. Ponte da Misarela

Ponte da Misarela
Ponte da Misarela

Esta bonita ponte está situada sobre o rio Rabagão, em pleno Gerês, perto da Barragem da Venda Nova. Mais propriamente, está localizada no lugar da Misarela, freguesia de Ferrão, concelho de Montalegre, e na freguesia de Ruivães, concelho de Vieira do Minho, uma vez que o rio Rabagão serve de fronteira natural entre estes dois concelhos.

A estrutura data da época medieval, ou pelo menos tem tradição arquitetónica medieval, estando enquadrada de forma espetacular na paisagem de densa vegetação. A ponte está associada a uma lenda já famosa, onde o protagonista é o Diabo, e é por essa razão que muitas vezes é apelidada de Ponte do Diabo.

4. Ponte de Trajano

Ponte de Trajano
Ponte de Trajano

A antiga Ponte de Trajano, situada sobre o leito do rio Tâmega, e construída em sólido granito transmontano, ligava ambas as margens da importante Civitas romana Aquae Flaviae, que hoje corresponde à moderna cidade de Chaves. Esta ponte romana foi uma importante obra de engenharia do eixo viário que estabelecia a ligação entre Braga e Astorga, em Espanha.

O comprimento total do tabuleiro alcança os 140 metros sendo que os parapeitos em pedra que o resguardavam foram desmantelados e substituídos por ferro em 1880. No centro da ponte e de ambos os lados, erguem-se os marcos-coluna, que contêm importantes inscrições epigráficas comemorativas. Este par de marcos foi deslocado do seu lugar original, graças à construção de casas sobre a margem direita da ponte.

A inscrição que se situa a montante informa que a ponte foi concebida na época do Imperador Trajano, em finais do século I, início do século II d. C., com o esforço económico dos habitantes de Chaves.

5. Ponte Medieval do Rio Sabor

Ponte Medieval do Rio Sabor
Ponte Medieval do Rio Sabor

Esta ponte, composta por cinco arcos largos (4 medianos e do meio bastante grande), é comumente referida como sendo romana. Mas este é um magnífico exemplar da arquitetura pontística, com os seus múltiplos arcos e perfil em cavalete, sendo uma construção de fábrica inequivocamente baixo-medieval.

A ponte mostra-se estreita e dotada de guardas, sob a forma de muretes de topo abaulado. Em 1860, o rio destruiu uma parte dela, graças a uma cheia. As obras de renovação apenas se deram pelos anos de 1938.

Em 1987, ergueu-se, a escassas centenas de metros, uma nova ponte em betão armado e com tabuleiro reto, assente sobre múltiplos pilares, com cerca de 250 metros de comprimento e 40 de altura.

Se quiser visitar a ponte medieval, também conhecida como Ponte de Izeda, basta ir à freguesia de Izeda, no concelho de Bragança, e fazer a viagem até Santulhão, já pertencente a Vimioso.

6. Ponte 25 de Abril

Ponte 25 de Abril
Ponte 25 de Abril

Quando esta ponte, que lembra a Golden Gate Bridge de São Francisco, foi construída em 1966, era a terceira maior da sua espécie, com 2,277 metros de comprimento e 6 faixas de rodagem na plataforma superior, que ligavam Lisboa à margem Sul.

Hoje, é a 17ª maior ponte suspensa do mundo, e conta com uma plataforma inferior com 2 linhas ferroviárias em dois sentidos. Foi construída pela American Bridge Company e 11 companhias locais. O aço foi importado dos Estados Unidos e o projeto, que envolveu cerca de 3000 operários, acabou por ser concluído em menos de 4 anos.

A ponte chamava-se originalmente Ponte Salazar, como homenagem ao ditador António de Oliveira Salazar, mas depois da revolução de 1974 foi renomeada 25 de Abril. A ponte é hoje gerida por uma concessão privada, que cobra portagem apenas para quem entra em Lisboa, embora a circulação seja grátis durante o mês de agosto.

7. Ponte de Ucanha

Ponte de Ucanha
Ponte de Ucanha

Esta ponte fortificada era a entrada monumental no Couto do Mosteiro de Salzedas, sendo que a torre servia de cobrança de portagem, de defesa e de armazenamento de produtos. A função militar da ponte era secundária, não existindo ameias no topo.

A existência desta estrutura já vem documentada no século XII, altura em que D. Afonso Henriques doou, em 1163, à viúva de Egas Moniz, Teresa Afonso, o couto de Algeriz, a que acrescentou o território de Ucanha. Pensa-se que a ponte tenha sido construída pelos romanos, no seguimento de uma estrada que passava perto dali.

Diana Santos
Diana Santos
Nascida e criada em Barcelos, foi no Porto que estudou jornalismo mas chama casa à cidade de Guimarães. Alia o gosto pela escrita à sua paixão por viagens.

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