A beleza da simplicidade é, talvez, aquilo que melhor define o Alentejo. E sendo uma região tão simples mas repleta de pequenos detalhes que nos fazem amá-la profundamente, é natural que tenha muitos locais românticos onde levar a sua cara metade para passar um fim de semana a dois. De preferência, numa casa típica alentejana com lareira, claro…
Talvez sejam as casas caiadas de branco, as flores a enfeitar as ruas, portas e janelas ou quem sabe a doce melancolia da sua paisagem. O certo é que o Alentejo possui todas as condições para ser um destino de férias românticas com o seu parceiro. E o que não faltam são hotéis que tornam essa escapadinha ainda mais especial…
Por isso mesmo, se está à procura de ideias onde passar o próximo fim de semana num ambiente romântico e descontraído mas com muita oferta histórica e cultural, então esta lista é para si. Descubra alguns dos locais mais românticos do Alentejo.
1. Castelo de Vide
Ao longe, o imponente castelo recortado contra as casas brancas destaca-se e convida à visita. Do alto deste, consegue admirar a paisagem alentejana em todo o seu esplendor, com pequenas aldeias no meio dos campos a perder de vista. A cerca de 20km, consegue espreitar Marvão e ainda mais longe, terras de Espanha. Castelo de Vide é um autêntico encanto.
Na encosta Norte, poderá encontrar o núcleo histórico da Judiaria, entre o Castelo e a Fonte da Vila. Esta Judiaria representa um dos mais importantes exemplos da presença judaica em Portugal, remontando ao século XIII, tempo de D. Dinis. Esta Judiaria é uma das mais bem preservadas em Portugal, tendo já há alguns anos sido incluída num programa de recuperação e revitalização dos edifícios, preservando assim um dos maiores espólios nacionais de arquitetura civil do período gótico.
2. Marvão
Situada a poucos quilómetros de Espanha, entre Castelo de Vide e Portalegre, está a tranquila vila de Marvão, no ponto mais alto da Serra de São Mamede. Antigamente conhecido por Monte de Ammaia, o seu atual topónimo deve-se ao facto de ter servido de refúgio a Ibn Marwan, um guerreiro mouro, durante o século IX. O domínio árabe durou alguns séculos, e terminou na campanha militar de 1160/66 da Reconquista Cristã, sob a ação de D. Afonso Henriques, nosso primeiro rei.
No interior das muralhas, existe um bonito conjunto de arquitetura popular alentejana, com arcos góticos, janelas manuelinas, varandas de ferro forjado e detalhes de interesse em recantos, marcados pelo granito local. Quanto ao património, para além do castelo e das muralhas, que dificilmente se esquecem, destacamos a Igreja de Santa Maria, agora Museu Municipal, a Igreja de Santiago, a capela renascentista do Espírito Santo e o convento de Nossa Senhora da Estrela, este último já fora das muralhas.
3. Mértola
Mértola tem diversas credenciais de importância histórica e que ainda hoje está bem viva e presente na vila, tornando-a quase um museu vivo. Foi cidade romana, capital de um reino árabe, e a primeira sede da Ordem de Santiago.
As ruas de traçado irregular e medieval permitem-lhe passear através da história e descobrir novos locais a visitar. Na Câmara Municipal, pode encontrar vestígios da Myrtlis romana. Na Torre de Menagem do Castelo, encontra objetos da época pré-islâmica; no Museu Islâmico encontra uma das coleções mais importantes do mundo no que diz respeito a esta época de ocupação moura; e numa antiga igreja, pode deparar-se com uma coleção de arte sacra impressionante.
4. Estremoz
Esta cidade pode dividir-se em dois núcleos, que marcam a sua evolução: junto ao Castelo, encontra o casario medieval; e fora das muralhas, a vila moderna. Estremoz é rica em património cultural, do qual destacamos o Castelo, com as suas muralhas medievais e a antiga cidadela (séc. XIII), onde atualmente se situa a pousada Rainha Santa Isabel, parte integrante da rede de Pousadas de Portugal.
Estremoz tornou-se sobretudo conhecida pela extração e exploração do mármore branco, de grande qualidade. A região contribui em 90% para o facto de Portugal ser o segundo maior exportador de mármore do mundo. Também são famosos os barros vermelhos da região, que deram origem aos tradicionais bonecos que se podem encontrar nas lojas de artesanato da cidade.
5. Monsaraz
Esta vila medieval conseguiu manter as suas características ao longo dos séculos, e visitá-la é por isso uma autêntica viagem no tempo. A combinação da arquitetura histórica com a paz e tranquilidade de que muitas vezes nos esquecemos nos tempos modernos, torna Monsaraz o local perfeito para uma escapadinha no Alentejo.
Com a conclusão da barragem do Alqueva, a sua beleza aumentou ainda mais, já que se pode contemplar o lado gigante a partir das muralhas desta histórica vila medieval. Assim, não é de espantar que Monsaraz atraia cada vez mais turistas durante o ano.
6. Arraiolos
Aproveite a visita a Arraiolos para ver o Castelo da vila e daqui apreciar a paisagem envolvente, de uma grande beleza. Pode também visitar a Igreja do Salvador, uma construção do século XVI que se encontra rodeada pelas muralhas.
Outros importantes legados patrimoniais são a Igreja da Misericórdia e a fonte rural Chafariz dos Almocreves, que se encontram inseridos no centro histórico que foi recentemente alvo de obras de preservação.
7. Vila Viçosa
Está situada numa das regiões mais férteis do Sul do nosso país e conta com alguns monumentos importantes para a história nacional. Aqui se estabeleceu a casa dos Duques de Bragança, a família nobre mais poderosa a seguir à Casa Real. Não é por acaso que o primeiro Duque de Bragança foi D. Afonso, filho ilegítimo de D. João I.
A construção do Palácio Ducal, que atualmente se pode visitar, deve-se ao 4º Duque de Bragança, D. Jaime, que muito contribuiu para o desenvolvimento da vila no século XVI. Durante as cortes de 1646, D. João IV, 8º Duque de Bragança, coroou e proclamou como padroeira de Portugal a imagem de Nossa Senhora da Conceição, que era venerada na Igreja Matriz de Vila Viçosa.
A partir desse momento, os reis de Portugal passaram a não usar a coroa real. Vila Viçosa é também conhecida pela abundância de mármore na região, já que este é extraído e explorado a partir de mais de 160 pedreiras, sendo este mármore internacionalmente conhecido, especialmente na sua variedade rosa.
8. Alegrete
Localizada no concelho de Portalegre e às portas do Parque Natural da Serra de São Mamede, Alegrete é uma pequena e graciosa vila do Alentejo que encanta quem a visita. A sua simplicidade, as suas casas caiadas de branco e as suas ruas tipicamente alentejanas convidam a um passeio atento a cada detalhe.
Mas a melhor forma de conhecer Alegrete é mesmo caminhando pelos seus becos e ruelas. É fácil perder-se enquanto aprecia cada pequeno detalhe, cada casa caiada de branco ou cada flor à janela. E no final todos os caminhos vão dar ao castelo, o ex-libris da localidade.
Como não poderia deixar de ser, Alegrete é também famosa pela sua gastronomia tipicamente alentejana. O porco preto, os enchidos, as migas, as açordas… existe uma enorme variedade de escolhas para recuperar energias depois do passeio e os restaurantes da vila são de elevada qualidade.
9. Brotas
Localizada no concelho de Mora, Brotas é uma das mais bonitas e desconhecidas aldeias do Alentejo. No entanto, o facto de ser cruzada pela Estrada Nacional 2 (ao quilómetro 488), começou a trazer alguns turistas a esta aldeia pela primeira vez, graças à ascensão da N2 como rota turística.
A aldeia parece pacata e adormecida, mas talvez seja isso mesmo o que lhe dá mais encanto. Um caminho pelas suas ruas, com calma e atenção, permite descobrir todos os pequenos detalhes deste local tipicamente alentejano. O Santuário da Nossa Senhora das Brotas é o seu principal ponto turístico mas não deixe também de apreciar as suas fontes, os seus largos e as casas caiadas de azul e branco.
10. Evoramonte
A belíssima e pitoresca Evoramonte (ou Évora Monte) é um daqueles pequenos segredos do Alentejo que não aparece nos guias turísticos. E se calhar… ainda bem que não aparece. À semelhança de outras vilas e aldeias medievais do Alentejo, localiza-se no topo de um monte e está rodeada por muralhas.
Apesar do estatuto de vila, Evoramonte tem menos de 700 habitantes e o dia-a-dia próprio de uma pequena aldeia alentejana. A sua população reparte-se por 2 áreas distintas: a zona mais baixa é mais moderna enquanto que no topo da vila se localizam as suas antigas casas e ruas medievais e o seu imponente castelo.
É no alto da povoação que reside o verdadeiro encanto de Evoramonte: uma sucessão de becos e ruelas, casas caiadas de branco, portas coloridas e flores às janelas, sinais tão típicos do Alentejo. E claro… o seu castelo, sentinela da planície e local crucial em muitos episódios da história de Portugal.