As aldeias do Minho são algumas das mais genuínas de Portugal. Apesar de todo o progresso dos últimos anos, muitas delas ainda conseguem manter vivas a sua cultura e as suas tradições, especialmente as que pertencem ao Parque Nacional da Peneda Gerês.
O granito é o elemento comum a todas elas. Casas, ruas e ruelas… tudo é construído com este material, pelo menos as habitações e as artérias mais antigas. E há sempre alguns espigueiros, um forno e um tanque comunitários, a fonte que fornece água fresca à população e uma pequena capela.
Mas o melhor de tudo é mesmo apreciar o dia-a-dia dos seus habitantes, os seus hábitos e as suas tradições. Se quer visitar o lado mais verdadeiro e típico de Portugal, venha connosco descobrir algumas das mais bonitas aldeias do Minho.
1. Estorãos

Localizada em Ponte de Lima, a pequena aldeia minhota de Estorãos é um segredo que merece ser descoberto. Por aqui passa uma ribeira com o mesmo nome, vinda do alto da serra de Arga. As suas águas límpidas e cristalinas serpenteiam por florestas e terrenos agrícolas até chegarem aqui.
É nesta ribeira que fica uma das paisagens mais icónicas desta aldeia: uma pequena ponte de pedra, românica, mesmo ao lado de um velho moinho com uma roda de madeira ainda intacta. Também neste local pode desfrutar de um banho nos dias mais quentes do Verão.
Mas Estorãos tem mais para oferecer: caminhe pelas ruas e ruelas da aldeia e aprecie cada pormenor. Prove a gastronomia local e converse com os habitantes locais. E depois, se quiser conhecer um pouco mais da região, dê um salto até às Lagoas de Bertiandos, mesmo ali ao lado. Tudo aqui cheira e sabe ao Minho!
2. Sistelo

E de repente… Portugal descobriu o Sistelo! A aldeia passou décadas no anonimato e bastou o slogan do “Tibete português” para chamar a atenção. Um slogan injusto, no entanto, já que Sistelo é muito mais do que socalcos nas montanhas.
Mas são os socalcos que saltam primeiro à vista, claro. Não apenas no Sistelo, mas em toda a área envolvente. Assim que se entra nesta região, a paisagem transforma-se e deslumbra quem por aqui passa. Afinal de contas… poucos lugares são tão bons exemplos da comunhão entre os humanos e a paisagem envolvente.
A aldeia merece uma visita e tem no seu castelo a sua principal atração (na realidade, o castelo é um pequeno palácio do Século XIX onde viveu o Visconde de Sistelo. Mas a melhor forma de explorar a região é mesmo caminhando pelos famosos passadiços que conduzem à aldeia ou pelo trilho das Brandas do Sistelo.
3. Lindoso

É uma das aldeias mais bonitas do Gerês. Lindoso é conhecida sobretudo pelo seu castelo e pelo conjunto impressionante de espigueiros (são mais de 60). Estes espigueiros, que servem para guardar o milho, são um testemunho vivo das tradições comunitárias desta terra.
Além do castelo e dos espigueiros, é possível observar uma pequena ponte medieval, várias calçadas medievais, o castro de Cidadelhe, os moinhos de água de Parada ou as eiras comunitárias, por exemplo.
Nas redondezas encontra ainda a deslumbrante paisagem da albufeira do Lindoso. Esta é também uma aldeia para servir de base quando visitar o Gerês, já que possui uma localização central no parque.
4. Gavieira

Nunca ouviu falar na Gavieira, certo? Talvez esse seja o principal motivo para uma visita… Afinal de contas, não é todos os dias que se pode desfrutar de uma aldeia típica do Gerês sem o turismo de massas por todo o lado.
Mesmo ao lado da aldeia fica o Santuário da Nossa Senhora da Peneda (este já mais conhecido pela maioria das pessoas) e a sua fantástica cascata (a Cascata da Peneda que cai de uma altura de 30 metros).
Se visitar Gavieira, procure também conhecer as outras aldeias da freguesia: Rouças e Tibo. A partir de Tibo pode chegar até à Lagoa dos Druidas (o verdadeiro nome é Lagoa dos Antigos). É uma das mais belas e secretas do Gerês. Pode ainda subir os socalcos em direção às brandas e apreciar as serras das redondezas: Peneda, Soajo e Laboreiro. Todas estas aldeias do Minho merecem a sua visita, sem dúvida.
5. Castro Laboreiro

Um castelo que nos recorda as batalhas antigas que aqui se travaram, pontes e igrejas medievais, fornos e moinhos comunitários… tudo em Castro Laboreiro respira história e tradição. Esta é, sem dúvida, uma das aldeias mais bonitas do Minho (e do Gerês em particular).
Grande parte das suas casas foi recuperada para turismo rural. É ainda possível visitar o museu etnográfico e o núcleo megalítico. Mas o melhor de tudo talvez seja observar o dia-a-dia das pessoas, conhecer os hábitos e tradições deste povo e descobrir mais sobre a sua cultura.
Na floresta circundante, além da exuberante floresta de carvalhos e medronheiros, é possível avistar javalis, veados e lontras. Uma das melhores formas de explorar a região é realizar o trilho castrejo. São 17 quilómetros mas acredite: vale bem a pena.
6. Soajo

É uma das surpresas mais agradáveis do Gerês. Esta aldeia típica tem sido recuperada a um bom ritmo nos últimos anos. São cada vez mais as pessoas que recuperam as casas que possuem nesta aldeia e as transformam em segunda habitação ou turismo rural.
A aldeia do Soajo é conhecida também pelos seus espigueiros, tal como o Lindoso. Mas não se fique apenas por aí: aventure-se pelo seu interior e descubra uma aldeia de ruas e ruelas estreitas e sinuosas, ladeadas por casas antigas de granito. O passeio é sublime.
Destacam-se também a sua pequena praça central, o Largo do Eiró, com o seu peculiar pelourinho. E nas redondezas pode encontrar o quase secreto Poço Negro, local onde pode desfrutar de um banho refrescante nos dias quentes de Verão.
7. Germil

Lobos e ursos! Eram estas as principais preocupações dos habitantes de Germil até há algumas décadas. E não deve ter sido fácil, acreditamos. O Fojo do Lobo e a Silha do Urso foram as soluções para estes perigos. A primeira servia para encurralar este dizimador de rebanhos e a segunda para proteger as colmeias. Em Germil ainda existem em bom estado de conservação.
A aldeia tem ainda outros motivos de visita: um relógio de sol, alguns espigueiros, uma pequena cascata nos arredores, moinhos medievais e… boa comida. Ou não fosse esta uma das mais típicas e genuínas aldeias do Minho.
Se tiver tempo, explore as redondezas seguindo o trilho de Germil (PR6 PTB). Trata-se de um trilho circular, com início e fim na própria aldeia de Germil e com trajeto pela Serra Amarela.
8. Val de Poldros

Val de Poldros é um daqueles segredos que foram descobertos nos últimos anos. A aldeia não está propriamente desabitada… tem apenas 1 habitante! E para falar a verdade… nem sequer é bem uma aldeia… é uma “branda”. Mas o que significa tudo isto?
Uma branda é o local onde os pastores guardavam o gado durante o Verão. Era aqui que encontravam pastagens melhores durante esta época. A aldeia está repleta, portanto, de abrigos para o gado.
Com o evoluir dos tempos e da agricultura, a grande maioria das brandas foi abandonada, tal como Val de Poldros. Resiste apenas 1 habitante e os muitos turistas que aqui acorrem para conhecer a região. E acredite: o passeio vale bem a pena.