Terra de planícies onduladas, com casas caiadas de branco espalhadas por pequenos montes, o Alentejo é uma das regiões mais bonitas e carismáticas de Portugal. E as suas aldeias, bonitas e singelas, são cada vez mais procuradas por turistas que aqui chegam em busca de uma das regiões mais acarinhadas do nosso país.
Depois de muitos anos no esquecimento, o turismo no Alentejo entrou definitivamente na moda. Mas se alguns rumam apenas para a costa alentejana, à procura das suas belíssimas praias, outros preferem aventurar-se pelo seu interior, à procura das mais genuínas aldeias do Alentejo, de ruas sinuosas e casario branco.
A verdade é que a magia e a simplicidade das aldeias alentejanas não deixam ninguém indiferente. Se está à procura do mais genuíno que esta região tem para oferecer, descubra connosco algumas das aldeias mais bonitas do Alentejo.
1. Monsaraz
Esta vila medieval conseguiu manter as suas características ao longo dos séculos, e visitá-la é por isso uma autêntica viagem no tempo. A combinação da arquitetura histórica com a paz e tranquilidade de que muitas vezes nos esquecemos nos tempos modernos, torna Monsaraz o local perfeito para uma escapadinha no Alentejo.
Com a conclusão da barragem do Alqueva, a sua beleza aumentou ainda mais, já que se pode contemplar o lado gigante a partir das muralhas desta histórica vila medieval. Assim, não é de espantar que Monsaraz atraia cada vez mais turistas durante o ano.
2. Brotas
Localizada no concelho de Mora, Brotas é uma das mais bonitas e desconhecidas aldeias do Alentejo. No entanto, o facto de ser cruzada pela Estrada Nacional 2 (ao quilómetro 488), começou a trazer alguns turistas a esta aldeia pela primeira vez, graças à ascensão da N2 como rota turística.
A aldeia parece pacata e adormecida, mas talvez seja isso mesmo o que lhe dá mais encanto. Um caminho pelas suas ruas, com calma e atenção, permite descobrir todos os pequenos detalhes deste local tipicamente alentejano. O Santuário da Nossa Senhora das Brotas é o seu principal ponto turístico mas não deixe também de apreciar as suas fontes, os seus largos e as casas caiadas de azul e branco.
3. Ouguela
Localizada em Campo Maior, Ouguela é uma típica e belíssima aldeia alentejana, talvez uma das mais secretas da região. No alto de um monte com 270 metros de altitude, o castelo de Ouguela olha altivo para a paisagem ao seu redor e faz-nos lembrar a sua principal função no passado: a defesa da raia.
A aldeia foi perdendo importância (e população) à medida que deixou de ser crucial para a defesa do país. Hoje é apenas uma relíquia do passado, relativamente bem conservada e com todos os traços típicos do Alentejo. As casas dividem-se entre o interior e o exterior das muralhas e um passeio pelas suas ruas é a melhor forma de conhecer esta pacata e bela aldeia alentejana.
4. Veiros
Esta é uma das mais secretas e bonitas aldeias do Alentejo. Localizada no concelho de Estremoz, na vasta planície alentejana, a pequena Veiros cativa pelo seu casario branco e pelo seu castelo altaneiro. Tudo nesta localidade nos faz recordar o Alentejo. E tudo nela nos diz que, em tempos, já teve uma função crucial na defesa do território nacional.
Veiros foi doada à Ordem de Avis, altura em que o seu castelo foi construído. Com o apaziguamento das relações com Espanha e a expulsão dos mouros, a aldeia foi perdendo importância e população. Para além do castelo, merecem destaque as suas igrejas e o seu pelourinho. Mas a melhor forma de descobrir Veiros é mesmo caminhar pelas suas ruas e conversar com os seus habitantes.
5. Alegrete
Localizada no concelho de Portalegre e às portas do Parque Natural da Serra de São Mamede, Alegrete é uma pequena e graciosa vila do Alentejo que encanta quem a visita. A sua simplicidade, as suas casas caiadas de branco e as suas ruas tipicamente alentejanas convidam a um passeio atento a cada detalhe.
Mas a melhor forma de conhecer Alegrete é mesmo caminhando pelos seus becos e ruelas. É fácil perder-se enquanto aprecia cada pequeno detalhe, cada casa caiada de branco ou cada flor à janela. E no final todos os caminhos vão dar ao castelo, o ex-libris da localidade.
Como não poderia deixar de ser, Alegrete é também famosa pela sua gastronomia tipicamente alentejana. O porco preto, os enchidos, as migas, as açordas… existe uma enorme variedade de escolhas para recuperar energias depois do passeio e os restaurantes da vila são de elevada qualidade.
6. Terena
A belíssima vila de Terena fica no concelho do Alandroal, em pleno coração do Alentejo. É também conhecida como São Pedro ou São Pedro de Terena. Trata-se de uma típica e acolhedora vila alentejana, outrora muito importante para a defesa do território. Hoje, é apenas uma sombra daquilo que já foi, mas talvez isso lhe dê ainda mais encanto.
Passear pelas ruas de Terena é descobrir uma localidade repleta de história onde as casas caiadas de branco e rematadas com uma faixa azul nos lembram que estamos em pleno Alentejo. E claro… flores por todo o lado a enfeitar portas e janelas e mulheres sorridentes prontas a trocar 2 dedos de conversa.
7. Santa Susana
A arquitetura, as casas caiadas de branco e as faixas azuis não enganam: estamos no Alentejo. Mas é um local muito especial desta região: Santa Susana é a aldeia onde, segundo a tradição oral, se terá começado a pintar as faixas das casas alentejanas com a cor azul.
É certo que o azul não é a única cor típica das faixas das casas alentejanas: também se pode utilizar o amarelo, o laranja, o vermelho ou o verde, por exemplo. Mas a cor azul é, sem dúvida, a mais dominante em qualquer aldeia do Alentejo. E sabia que essa cor tem o nome de “azul de Santa Susana”?
Segundo se diz, teria sido nesta pequena aldeia de Alcácer do Sal que se usou pela primeira vez esta cor. O resultado parece ter agradado aos moradores e aos visitantes e o certo é que, com o tempo, este hábito se espalhou por todo o Alentejo. Verdade ou não… é algo do qual os moradores da aldeia se orgulham bastante.
8. Messejana
As origens de Messejana perdem-se no tempo e não se sabe ao certo quem a fundou. Sabe-se, no entanto, que esta aldeia do Alentejo já existia no tempo dos mouros. Foi conquistada em 1235 e anexada ao concelho de Alustrel, embora ela próprio já tivesse sido, em tempos, sede de concelho.
Trata-se de uma típica aldeia alentejana, com ruas estreitas e casas caiadas de azul e branco. Até a própria igreja de Messejana se destaca na paisagem por causa destas cores. Mística e singela, cativa quem passeia pelos seus becos e ruelas e aqui acaba por encontrar toda a alma de uma povoação típica do interior do Alentejo.
9. Evoramonte
A belíssima e pitoresca Evoramonte (ou Évora Monte) é um daqueles pequenos segredos do Alentejo que não aparece nos guias turísticos. E se calhar… ainda bem que não aparece. À semelhança de outras vilas e aldeias medievais do Alentejo, localiza-se no topo de um monte e está rodeada por muralhas.
Apesar do estatuto de vila, Evoramonte tem menos de 700 habitantes e o dia-a-dia próprio de uma pequena aldeia alentejana. A sua população reparte-se por 2 áreas distintas: a zona mais baixa é mais moderna enquanto que no topo da vila se localizam as suas antigas casas e ruas medievais e o seu imponente castelo.
É no alto da povoação que reside o verdadeiro encanto de Evoramonte: uma sucessão de becos e ruelas, casas caiadas de branco, portas coloridas e flores às janelas, sinais tão típicos do Alentejo. E claro… o seu castelo, sentinela da planície e local crucial em muitos episódios da história de Portugal.
10. Porto Covo
Situada entre as ondas da costa atlântica e os montados da Serra do Cercal, Porto Covo é um autêntico postal alentejano que merece bem uma visita mais demorada, para que possa apreciar bem esta ponte entre o mar e o campo, cada um com os seus encantos e cada um com o seu apelo irresistível e convidativo.
No centro da aldeia, pode encontrar uma belíssima praça, conhecida como o largo Marquês de Pombal, que é uma maravilha da arquitetura iluminista do séc. XVIII, sendo rodeado por casinhas caiadas e com barras azuis, portas vermelhas e cortinas de renda a emoldurar as janelas. A partir do largo, estendem-se ruas retilíneas que desembocam em pequenas praias de aldeia dourada com água transparente, uma autêntica antecipação do mediterrâneo.