A aletria conventual é um doce que traz muitas memórias felizes. Faz-nos lembrar de quando éramos crianças e ajudávamos a nossa avó a fazer esta receita, que ela aprendeu com a mãe dela, que por sua vez aprendeu com a avó dela. Era uma tradição de muitas famílias, que se mantém até hoje, de fazer esta sobremesa deliciosa para a ceia de Natal.
A origem da aletria conventual remonta aos tempos dos conventos e mosteiros, onde se usavam muitas gemas de ovos para fazer doces. A aletria é um tipo de massa fina e delicada, que se cozinha em água e açúcar e se enriquece com manteiga e gemas. É um doce simples, mas muito saboroso, que se polvilha com canela e se serve frio ou à temperatura ambiente.
Trata-se de um dos doces típicos da época natalícia em Portugal, especialmente no norte do país. Faz parte da nossa cultura e da nossa história, que passa de geração em geração. Simboliza a partilha, a união e o amor entre as pessoas. É um doce que nos aquece o coração e nos faz sentir em casa. Aprenda a fazer aletria conventual com esta receita antiga e tradicional.
Ingredientes:
- 250 g de açúcar
- 190 ml de água
- 1 pau de canela
- 1 casca de limão
- 175 g de aletria
- 25 g de manteiga
- 6 gemas
- Canela em pó q.b.
Preparação:
- Comece por levar ao lume um tacho com água temperada com sal e deixe ferver. Depois, junte a aletria e deixe cozer por cerca de 5 minutos, mexendo de vez em quando. Escorra a massa e passe-a por água fria para parar a cozedura.
- À parte, leve ao lume outro tacho com o açúcar, a água, a casca de limão e o pau de canela e deixe ferver até obter uma calda em ponto de pérola fraco. Para saber se está no ponto certo, coloque uma gota da calda num prato e veja se forma uma bolinha brilhante na ponta de um garfo.
- Junte a aletria escorrida à calda e misture bem. Adicione a manteiga e deixe ferver por mais 2 minutos, mexendo sempre.
- Retire um pouco da calda do tacho e junte-a às gemas, em fio e sem parar de mexer. Passe as gemas por um passador de rede fina para eliminar eventuais pedaços de clara.
- Adicione as gemas à aletria, em fio e mexendo sempre. Leve ao lume brando, sem deixar ferver, até engrossar um pouco.
- Retire do lume e descarte a casca de limão e o pau de canela. Deite a aletria numa travessa ou em taças individuais e deixe arrefecer.
- Polvilhe com canela em pó a gosto e sirva fria ou à temperatura ambiente.
Dicas:
- Use uma aletria de boa qualidade, que não se desfaça na cozedura. Pode encontrar aletria em qualquer supermercado, na secção das massas.
- Não coza demasiado a aletria, pois ela vai continuar a cozer na calda de açúcar. O ideal é que fique al dente, ou seja, cozida mas firme.
- Não use demasiada água para cozer a aletria, pois isso vai diluir o sabor da calda de açúcar. Use apenas a água suficiente para cobrir a aletria na taça.
- Não deixe a calda de açúcar ferver muito tempo já que pode fazer com que cristalize e fique dura. O ponto ideal é o ponto de pérola fraco, que se verifica quando a calda é espessa e corre em fio, ficando uma gota suspensa na extremidade, como se fosse uma pérola.
- Não deixe as gemas em contacto direto com o calor, ou irá fazer com que talhem e fiquem com grumos. Para evitar isso, misture-as primeiro com um pouco de calda quente, em fio e sem parar de mexer, e depois junte-as à aletria, também em fio e mexendo sempre.
- Não deixe a aletria ferver depois de juntar as gemas, já que pode fazer com que perca a cremosidade. Leve apenas a lume brando, até engrossar um pouco, mas sem deixar ferver.
- Não encha demasiado a travessa com a aletria, pois ela vai crescer um pouco ao arrefecer. Deixe um espaço de cerca de 2 cm entre a aletria e a borda da travessa.
- Não polvilhe a canela antes da aletria arrefecer completamente, pois isso vai fazer com que ela perca o aroma. Polvilhe apenas na hora de servir ou guarde num recipiente à parte.
- Se quiser uma aletria mais cremosa, pode usar mais gemas ou menos água na calda. Se quiser uma aletria mais solta, pode usar menos gemas ou mais água na calda.
- Se gostar de um sabor mais intenso, pode acrescentar à calda uma vagem de baunilha aberta ao meio ou um pouco de vinho do Porto.