Diz a lenda que um cozinheiro terá entrado no Castelo do Crato, no Alentejo, e nele encontrou um livro antigo que revelava o sentido da vida. Todas as páginas estava em branco exceto uma. E, nessa página, estava a receita do tecolameco. É óbvio que duvidamos da veracidade da lenda, mas esta história é capaz de dizer muito sobre o sabor deste típico doce alentejano.
Diz-nos a experiência nestas andanças que o tecolameco terá tido origem conventual: a quantidade de ovos, açúcar e amêndoas não engana. Tal como muitas outras receitas de doces conventuais, terá sido transmitida para fora do convento de forma secreta e, a partir daí, espalhou-se pela região.
E ainda bem, pensamos nós. É que, se não tivesse “fugido” do convento, o mais certo que é um dia iria ser esquecida e abandonada e nunca mais ninguém teria o privilégio de provar o tecolameco. E se ficou com vontade de aprender a fazê-lo, basta reunir os ingredientes e seguir a receita antiga e tradicional que lhe deixamos. Bom apetite! 🙂
Ingredientes:
- 200 ml de água
- 400 gramas de açúcar
- 250 gramas de farinha de amêndoa
- 25 gramas de manteiga
- 10 gemas
- 2 ovos
- 1/2 colher de sobremesa de canela em pó
- açúcar em pó para decoração
Preparação:
- Pré-aqueça o forno a 180ºC.
- Coloque a água e o açúcar numa panela e deixe ferver durante 5 minutos (até atingir o ponto de pérola).
- Retire do lume e adicione a manteiga e a farinha de amêndoa.
- Leve de novo ao lume, desta vez brando, e mexa constantemente durante 3 minutos.
- Retire e deixe arrefecer um pouco (pelo menos 10 minutos).
- Acrescente os ovos, as gemas e a canela.
- Misture delicadamente para envolver todos os ingredientes.
- Verta o preparado para uma forma forradas com papel vegetal.
- Leve ao forno durante 50 minutos (faça o teste do palito para confirmar).
- Retire do forno e deixe arrefecer.
- Desenforme e polvilhe abundantemente com açúcar em pó.
- Sirva.
Dicas:
- Pode ser um pouco difícil acertar no momento ideal para adquirir o ponto de pérola. O truque é ir mergulhando uma colher no preparado. Quando a colher soltar uma pequena gota que fica suspensa e que se assemelha a uma pérola, é o momento certo para desligar o lume.
- A receita mais antiga e original do Tecolameco não era feita com farinha de amêndoa mas sim com amêndoa triturada de forma muito fina. A diferença pode parecer pouca mas tem influência no resultado final. Se quiser prepará-lo segundo a receita conventual, utilize amêndoa triturada.
- E por falar na receita original e conventual: um dos ingredientes era a banha de porco. Trata-se de um ingrediente em desuso mas, se o tiver em casa e quiser adicioná-lo, deve fazê-lo juntamente com a farinha de amêndoa e deve colocar apenas 10 gramas.
- Se apreciar, adicione um pau de canela à mistura de água e açúcar que vai ao lume. Retire-o após atingir o ponto de pérola.
- Para além do pau de canela, também pode adicionar (e retirar posteriormente), algumas cascas de limão para proporcionar um aroma extra.
- Dependendo do forno, o tecomaleco pode demorar menos tempo a ficar preparado. Idealmente, deve ir vigiando a partir dos 40 minutos. Caso prefira este doce um pouco húmido, retire-o do forno alguns minutos antes de ficar completamente cozido.